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Post by moonlance on Dec 23, 2013 12:53:26 GMT -5
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Um Novo Despertar
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PadmaNum sobressalto... você desperta!
Sem nenhuma dor, sem falta de ar, sem frio...! apenas o frescor de uma tarde nublada e clara... e o seu corpo descansado, deitado e estirado numa jovial clareira verdejante, em meio a vigorosas árvores escuras e retorcidas, esbanjando grande densidade de folhas amarelas, muitas delas generosamente depositadas sobre o gramado e inclusive sobre você mesma...!
O cheiro refrescante de terra molhada e de polen, lembrava-lhe o jardim da casa em que você estivera... se é que tudo aquilo não tinha sido um sonho - ou um pesadelo...! Caso fosse o mesmo lugar, então, você estava em outra parte do jardim, com bosques esparsos... e não havia neblina - ou esta só era vista a maiores distâncias...! A clareira em que você estava, parecia ser cortada por um caminho que apenas se distinguia no gramado pela presença de esparsas pedrinhas brancas... parecia haver um caminho ainda mais esguio, num cruzamento transversal - uma rota secundária provavelmente.
O que quer que tinha acontecido, você parecia estar sã e salva, e com vida...!
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Post by Dona Ursa on Dec 23, 2013 13:32:39 GMT -5
- Mas o que...? - repetiu em voz alta para si mesma ao levantar-se de súbito, colocando-se sentada sobre aquelas folhas amareladas e deixando as que estavam sobre seu corpo cairem e juntar-se com as que forravam a grama verde.
Lunara tinha certeza que estava caindo. Caindo para o nada, para o vazio, para sabe-se lá o que.
Seria um sonho tudo aquilo que lhe ocorrera no gramado? A criança? A casa esquisita.... Ela se perguntava enquanto olhava à sua volta, sentindo-se muito aliviada ao estar cercada pela natureza, o ambiente que tanto amava. Suspirou e fechou os olhos por um instante, sentindo na pele morena a delicada brisa alisando seu rosto.
Não. Não podia ser um sonho. A sensação era muito real. A falta de ar fora terrível. O gosto da morte em sua boca.... Mas... Era certamente inexplicável como aquela queda lhe trouxera ali, no que parecia ser outra parte do jardim. Era melhor ter mais cuidado com aquele lugar que não fazia sentido algum.
Depois de alguns minutos aproveitando a sensação maravilhosa de ter o chão abaixo de si novamente, Lunara lembrou-se do objeto que a criança lhe dera e que ela colocara na bolsa. Se aquilo estivesse ali não haveria mais dúvidas de que tudo aquilo acontecera e de que o lugar era realmente muito mais perigoso do que imaginava... e possívelmente, o naufrágio por si só não teria sido capaz de lhe trazer àquele lugar.
A apsara buscou a bolsa para encontrar novamente o objeto que tinha guardado ali, junto com sua preciosa harpa, seus lenços e as armas ocultas neles.
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Post by moonlance on Dec 23, 2013 13:42:50 GMT -5
Padma
Ansiosa e desastrada, você enfia sua mão no interior de sua bolsa, aonde tinha guardado aquela relíquia de gema.............. e lá estava o pequeno cristal...! Antes de o retirar do recipiente, você apalpava suas arestas, pontas e faces... era pois sim, a bipirâmide tetraédrica......!
Então era tudo verdade......!!
Mas você não se conformou ainda...! Arrancou a pedra do bolso e a olhou fulminantemente... era, pois sim, também visivelmente real o cristal que lhe tinha dado - ou emprestado? - Tanith, a criança cujo nome você quase havia esquecido...! Estranhamente... a cor azul do cristal parecia ter mudado... agora, era de um tom roxo...!
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Post by Dona Ursa on Dec 23, 2013 14:21:01 GMT -5
A mudança de cor do objeto lhe deixara fascinada. Que item incrível tinha em mãos! Que brilho magnifico, poderia ser facilmente uma jóia perfeita... Poderia, mas não era um momento apropriado para isso e parecia que aquele item tinha uma certa importância. Tomá-lo daquela forma deixava Lunara com uma pontada de remorso.... Preferiu guardar novamente o item na bolsa e se concentrar no que via à sua volta. Árvores, as folhinhas que caíam das árvores graciosamente e o caminho de pedrinhas mais uma vez. Levantou-se do chão, ajeitou cuidadosamente seus trajes e arrumou os cabelos penteando-os suavemente com dos dedos delicados. Ao julgar que já estava novamente apresentável, mesmo que a suposta queda não aparentava ter proporcionado-lhe dano algum, Padma se dirigiu novamente ao caminho branco em meio a grama, seguindo-o no local em que a estrada secundária se cruzava com a principal para observar mais à frente, para onde cada uma delas lhe levaria.
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Post by moonlance on Dec 23, 2013 14:55:20 GMT -5
Padma
Você então tenta enxergar aonde levam as estradinhas do caminho maior para ambos os lados; cada um desses 2 amplos caminhos era na realidade uma alameda ladeada com tufos de flores brancas e azuis e árvores de troncos claros bastante eretos, e com folhas escuras e distribuídas densamente por patamares bem distintos. Ao longe, o caminho parecia se abrir, e você via copas borradas de elevados pinheiros...!
Como ambos os lados pareciam iguais, sua atenção acaba se voltando para a clareira novamente por um momento...
A clareira não era perfeitamente simétrica; na realidade, aqueles caminhos menores que cruzavam transversalmente tinha características curiosas: o caminho 'de trás', se estreitava ainda mais e ia se obscurecendo até se reduzir a uma trilha linear de mato selvagem e sombrio predominantemente de bambus, e você percebe que parecia haver uma série regular de baixas estacas de madeira de cada lado mais ao fundo e - como se fosse um corrimão -, uma corrente presa longeando lateralmente o conjunto de estacas... Quanto ao caminho oposto - na sua frente - parecia se perder rapidamente numa vegetação espessa de árvores grandes e retorcidas, mas em seguida se abria como que num clarão relativamente bem escondido pela folhagem.
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Post by Dona Ursa on Dec 23, 2013 15:04:13 GMT -5
As estradas eram tantos e tão promissoras... Lunara já não sabia mais o que fazer. Os caminhos ladeados de lindas flores brancas e azuis lhe chamou a atenção. Uma estrada tão bonita e delicada... Era por um daqueles dois que ela iria seguir... Mas qual? Os dois eram igualmente tentadores. Talvez devesse seguir aquele que a brisa agradável lhe apontasse? Fechou os olhos e tentou perceber a direção do vento.
Talvez ele pudesse lhe ajudar naquela decisão tão difícil....
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Post by moonlance on Dec 23, 2013 15:06:54 GMT -5
Padma
O vento soprava da esquerda...! Não... agora soprava da direita...! Dos dois... da frente...! De nenhum dos lados...! Não era possível determinar uma direção ou sentido fixos.
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Post by Dona Ursa on Dec 23, 2013 15:11:50 GMT -5
Irritada com a indecisão do vento a apsara manteve os olhos fechados e deu algumas voltas em torno do próprio eixo, parando e abrindo-os novamente.
- Esquerda! - ela exclamou meio tonta ao perceber a direção aproximada em que parara.
Pelo caminho da esquerda ela decidiu seguir, mesmo que os outros ainda lhe despertassem curiosidade.
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Post by moonlance on Dec 23, 2013 15:19:02 GMT -5
Padma
Resolvendo caminhar - talvez para descontrair os músculos do corpo, já que não sabia a quanto tempo este tinha ficado inerte -, você segue pela alameda da esquerda.
O caminho era muito belo e, embora parecendo crescer as plantas naturalmente, havia certamente alguém que deveria ter disposto aquilo, e que deveria cuidar regularmente...! Tendo esses curiosos pensamentos, enquanto respirava ar puro e fresco, e recebia uma saudável luz solar de um céu claro e pálido, de repente..., você começa a ouvir vozes...!
Não..., parecia ser uma só voz...? Uma voz masculina talvez, mas um pouco rouca e metálica, mas não agressiva - embora talvez um pouco agitada! Você tentava localizar o ponto de origem daquela voz que, agora, parecia claramente para você, estar falando sozinha:
- Claro...! É... este aqui.......! Agora, para cá... este aqui...! Não, não...! Muito claro! Muito abrupto! Hrm.........!
Era um monólogo estranho mas chamativo; você descobre que parecia vir de seu lado direito da alameda que você seguia, e que, talvez, a origem do som poderia não estar a mais de 20 metros mais adiante.
O que vai fazer?
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Post by Dona Ursa on Dec 23, 2013 15:26:05 GMT -5
Curiosa, mas apreensiva pela voz misteriosa, Padma resolve passar rapidamente os olhos por sua direita, tentando encontrar a origem e saber se já tinha sido vista.
Aprendera do pior mnodo possivel que naquele lugar deveria manter os dois olhos bem abertos para o que poderia tentar e clamar por sua atenção.
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Post by moonlance on Dec 24, 2013 13:59:29 GMT -5
Padma
Você se esgueira da alameda através dos troncos verticais do lado direito, e tenta se manter escondida atrás das árvores e arbustos, a medida que tentava ver quem seria o sujeito que estaria daquele lado conversando um pouco mais ao longe...
Ao atravessar as primeiras folhagens depois daquela fileira regular de árvores cuidadosamente plantadas, você fica atônita com a paisagem que havia daquele outro lado... você estava na beira de um penhasco, o qual se abria para um grande vale esbranquiçado pela neblina...! Uma massa escura indicava um grande e denso bosque ao centro daquele vale, e mais longe parecia haver rochedos e colinas, enquanto que de ambos os lados, o vale continuava se estendendo e desapareciam as planícies em ambos os horizontes.
A sua atenção no entanto continua sendo absorvida pela voz daquele sujeito que falava aparentemente sozinho; então, cuidando para se manter escondida pela vegetação, e olhando agora para sua esquerda, você via a origem da voz...!
Aparentemente, um senhor de idade, barbudo e de cabelos semi-grisalhos longos pouco abaixo da linha dos ombros, e vestindo roupas sociais leves e relativamente modestas e até um pouco surradas, se posicionava frente àquela paisagem, e ao seu lado estava um amplo cavalete de madeira com uma tela com bastante tinta em cima... Ele parecia estar pintando e filosofando, falando sozinho; descrevia gestos com os braços observando aquela paisagem semi-apagada, e de vez em quando voltava-se para sua tela - dando algumas pinceladas. Em sua mão direita, uma paleta de cores segurava. Ele estava muito bem concentrado:
- Está bem...! Estou vendo...! Um pouco mais deste aqui...! Ótimo... ótimo...! Agora........ vejamos...........!
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Post by Dona Ursa on Dec 24, 2013 14:16:37 GMT -5
A paisagem deixou Padma boquiaberta. Embora agora estivesse meio receosa em aproximar-se de uma possível queda. A anterior ainda estava impressa em sua memória e ela queria muito poder esquecer o que lhe acontecera.
Mas o homem ali parado era o mais importante. Talvez pudesse lhe dar alguma informação útil de onde estavam.
Com uma voz frágil e dócil intrometeu-se no monólogo dele, saindo vagarosamente de trás dos arbustos em que estava.
- Perdão pela intromissão, senhor. - olhou pelo canto do olho o que ele estava pintando enquanto lhe dirigia a palavra.
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Post by moonlance on Dec 25, 2013 14:13:55 GMT -5
PadmaDurante alguns segundos, o velho senhor ficou sem prestar qualquer atenção a você ou a sua chegada, como se não a tivesse percebido...! Porém, quando você estava quase decidindo dirigir-se a ele novamente, e olha de súbito para você......!
Tinha sobrancelhas severas e densas, testa enrugada; seus olhos claros e acinzentados eram grandes e as órbitas arregaladas; tinha um olhar sério e assustador...! A ficou fitando inteira sem dizer absolutamente nada e sem mover um dedo por um tempo, e parecia julgá-la como a pessoa que era...! Você se sente mal como se tivesse feito algo errado em distraí-lo com sua presença......! Sua barba era parcialmente grisalha, rasa nas laterais da face, mas tinha um cavanhaque bem pronunciado e relativamente bem definido.
Então, ele finalmente exclama com sua voz rouca, espalhando o pincel na paleta e voltando a contemplar sua atividade:
- Ahh...! Esses dias andam muito agitados, você não acha...? Um dia desses, eu vi uma nuvem carregada; ela parecia uma galera...!
Desviando um pouco da linha do corpo do velho homem, você então ver o que ele vinha pintando - e era estranho porque não parecia ter muito a ver com a paisagem atual...! A imagem lembrava algo assim:
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Post by Dona Ursa on Dec 25, 2013 19:44:46 GMT -5
- Sim. Tem razão. Muito agitados. - ao olhar o quadro ficou muito intrigada com a pintura que o velho senhor estava fazendo. Virou a cabeça de um lado para o outro, tentando achar algum sentido no quadro, porém as formas não lhe eram nada familiares - Estão tão agitados que, de repente, quando me dei conta, eu estava aqui e não mais na minha casa. O problema é que eu não sei onde exatamente é "aqui". Por isso eu gostaria de saber se o senhor não me faria a grande gentileza de responder minha dúvida. - mesmo que o velho pintor estivesse com seus olhos voltado para o quadro que pintava, Padma lhe deu um grande sorriso amistoso.
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Post by moonlance on Dec 25, 2013 19:57:11 GMT -5
Padma
O velho homem pareceu brevemente incomodado com sua pergunta; olhando para o quadro, franziu a testa, se afastou um pouco... então deu rápida olhada pra você - parecia que seus olhos miravam as suas delicadas mãos nuas... -; de repente, e diz:
- A gente perde a casa, mas a casa nos segue ainda assim...! A casa vem sempre junto! - Embora aquelas palavras não pareciam fazer muito sentido a primeira escuta, eram intrigantes, ainda que parecessem mais um monólogo. - Aqui não é a casa de antes... mas também é casa! Você ainda lembra de sua antiga casa...? É claro...! Até eu lembro! Então, não tem problema. - Deu mais algumas pinceladas esbranquiçadas rápidas no centro inferior do quadro. - O que você acha? Perguntou-lhe direto e subitamente, com seus grandes olhos curiosos sobre seu rosto; parecia ter mudado de assunto totalmente.
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