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Post by Dona Ursa on Dec 25, 2013 20:19:30 GMT -5
- Muito interessante. - respondeu, um pouco confusa com a estranheza daquele pintor - O senhor gosta de música? - perguntou enquanto ajeitava as mangas semi-transparentes e coloridas da blusa.
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Post by moonlance on Dec 25, 2013 20:33:02 GMT -5
Padma
Como uma criança, o velho pintor pareceu desapontado com sua resposta trivial...! talvez ele fosse muito sensível e esperasse uma resposta mais sofisticada...? Ele baixou a cabeça de repente, se sentou lentamente no gramado esfregando a testa suada, suspirou muito profundamente, e ficou a contemplar a paisagem... Ele já não olhava mais para sua tela; parecia ter se desinteressado por tudo, seus pinceis e paletas largados no chão. Não disse mais nada, e contemplava o vazio.
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Post by Dona Ursa on Dec 25, 2013 20:40:00 GMT -5
- Oh! Agora que o senhor saiu da frente eu consigo enxergar melhor. Está magnífico! É a pintura mais blea e incrível que já vi. Essas cores são tão fluentes e harmoniozas, mas ao mesmo tempo, criam um choque visual. Realmente impressionante! - comentou com grande entusiasmo, auxiliado por sua habilidade teatral, tudo isso enquanto removia cuidadosamente a harpa da bolsa e conferia sua afinação.
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Post by moonlance on Dec 25, 2013 20:43:52 GMT -5
Padma
O velho homem semi-grisalho inicialmente olhou descrédulo, mas, a medida que você ia falando, ele pareceu começar a se emocionar um pouco com suas observações; até olhou para o quadro novamente... Então, começou a se levantar.
- Você acha mesmo...? - Perguntou, com uma voz rouca - Q-que tipo de choque visual...?? - Parecia visivelmente intrigado, e nem deu conta da harpa que você puxava. Ele parecia realmente sério em relação àquela pergunta que tinha feito, e aguardava ansiosamente sua resposta.
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Post by Dona Ursa on Dec 25, 2013 20:49:31 GMT -5
- É como se água e fogo estivessem se enfrentando e se mesclando ao mesmo tempo que luz e sombra brincassem a redor, ao fundo, como um elemento essencial, mas mesmo assim inusitado. - mentalmente tentava encontrar palavras que pudessem animar o idoso. Em seu rosto mantinha um olhar maravilhado com a obra de arte.
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Post by moonlance on Dec 29, 2013 20:02:51 GMT -5
Padma
O velho pintor mirou o quadro novamente, tentando racionalizar o que você tinha dito. Enfim, ele diz, erguendo uma de suas espessas sobrancelha:
- Você disse 'água'...?
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Post by Dona Ursa on Dec 29, 2013 21:34:51 GMT -5
- Sim. A água. Um elemento magnífico, com sua bela fluidez a mórfica. Tão gentil ao mesmo tempo que tão brutal. Eu poderia fazer canções geniais apenas sobre água. - Explicava com a paixão de musicista que residia em si, mesmo que estivesse começando a se cansar um pouco do assunto em foco, embora não deixasse nada daquilo transparecer em sua performance. - Perdoe-me novamente, senhor pintor, mas foi rude de minha parte não ter me apresentado ao lhe dirigir a palavra. - tentou mudar o foco da conversa da forma mais suave que conseguiu, tentando manter uma atmosfera serena e amistosa entre os dois estranhos - - Me chamo Lunara. - fez uma pequena reverência com a cabeça, mantendo um largo sorriso para iluminar o rosto moreno.
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Post by moonlance on Dec 29, 2013 22:15:52 GMT -5
Padma
O velho balcuciava palavras, estava reflexivo:
- 'Tão gentil'... 'e tão brutal'...! Sim.............! - Olhava vigorosamente para você - Você tem toda razão!! A água leve dos riachos...! A água da chuva... A água das grandes tempestades........! A água do mar........... - Parava como que com falta de ar naquelas últimas palavras, sempre fitando-a com olhos arregalados, como se estivesse esperando que seus olhos brilhassem assim como os dele...!
Mas, como você tinha parado para se apresentar, ele então fechou os olhos por um tempo, concentrado, e então, tentando ajeitar sem sucesso os longos cabelos ondulados e antigos, diz:
- Está bem...! Lunara..., Lunara...- Parecia repetir o nome, como que para não esquecê-lo. - Sou... Von Le Drain...! Mas, meu nome não é importante. Mas minha pintura é importante......! Perdão, preciso voltar....! - Ele se voltava rapidamente e desajeitadamente com seus apetrechos para a tela, fitando o horizonte com bastante atenção; justificava - e de certo modo, parecia franco nisso: - A luz do dia acaba rápido, você entende... Lunara? O dia está acabando, e eu ainda não consegui...... captar...! Se pelo menos você......! Enfim... Mas eu já me perdi no que eu estava dizendo....!
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Post by Dona Ursa on Dec 29, 2013 22:40:33 GMT -5
- O que o senhor deseja captar? - franziu levemente o cenho, curiosa com as palavras daquele pintor confuso - Talvez eu consiga entender se terminar a frase. - voltou os olhos na direção do penhasco, para o distante horizonte, observando o céu para saber se a luz que ele mencionava era a luz do sol.
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Post by moonlance on Dec 30, 2013 10:56:18 GMT -5
Padma
Do penhasco, você só via a escura floresta enevoada ao centro de um vale, além de um horizonte de montes esbranquiçados ao fundo... e, no horizonte lateral - para onde estava voltada, parcialmente, o dorso da tela do velho pintor - espraiava-se um infinito mar de brumas, mas não exatamente com a mesma textura dos campos, não como se fosse a continuação do vale...
Le Drain então dizia, vagarosamente:
- Eu não sei mais...! Aí é que está!.......... Por isso é que continuo procurando. - Ele dava mais algumas pinceladas de um tom branco enfraquecido na porção superior de densas massas azuis, como acrescentando topetes espumosos... Então, ele exalta-se de repente: - Óh!... Está me faltando mais cores brancas...! Que coisa......! - Ele então olhou para você. - Se incomodaria, minha doce Lunara, em ajudar um pobre e velho homem a conseguir mais um pouco de seus materiais de ofício...? - Suas espessas sobrancelhas erguiam-se ansiosamente.
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Post by Dona Ursa on Dec 30, 2013 13:59:31 GMT -5
- Hm. Mais material? - fitou brevemente a tela, após se decepcionar com a terrível visão das brumas que encobriam tudo ao fundo - quem sabe era para aquela direção que ela estava antes, já que não tinha muito sentido a queda anterior lhe trazer à este novo jardim - Tinta branca? - Imaginou que talvez o velho precisasse que ela fosse buscar o item em alguma casa perto ou no meio de um local povoado, exatamente onde queria ir!
- Claro!- indagou com entusiasmo. Guardando rapidamente o instrumento musical e unindo as mãos em frente ao peito. Finalmente! - exclamava internamente - Finalmente um local em que pudesse descansar - Ficarei contente em ajudar! - respondeu com um sorriso infantil - Para que direção devo ir? - precipitava-se em meio ao entusiasmo.
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Post by moonlance on Dec 30, 2013 14:17:05 GMT -5
Padma
O velho pintor parecia um pouco encabulado:
- Bem... Erm....! Na realidade.... É um pouco perigoso......! Deixe-me ver.... a tinta é feita a base de flores brancas e cianas......! Eu preciso dessas flores, mas elas só crescem nas bordas de um penhasco..........! Daquele penhasco..........! - Apontava naquela direção lateral do horizonte, em que a textura do vale parecia acabar, dando lugar àquele oceano de nuvens...! - Há uns anos atrás eu mesmo ia lá sozinho... mas agora minhas pernas estão fracas...! Você entende, Lunara...?
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Post by Dona Ursa on Dec 30, 2013 14:38:59 GMT -5
- Um penhasco...? - olhou na direção que o velho pintor apontava e sentiu um frio subir por sua espinha - É perigoso? - - cobriu a boca com uma das mãos e observou o pintor pelo canto dos olhos - Não sei se sou resistente o suficiente para fazer isso. Se olhar bem para mim, não sou alguém muito forte. - ergueu os ombros e as mãos espalmadas para cima, franzindo a testa - Mas... Talvez... - a última frase era apenas um murmurio enquanto ela cobria, pensativa, a boca novamente com uma das mãos e olhava na direção de seus próprios pés, onde a grama os envolvia.
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Post by moonlance on Dec 30, 2013 14:46:52 GMT -5
Padma
O velho a observava os seus gestos muito atentamente, como se ele estivesse num momento de inspiração ou catarse...! Então ele tosse uma tosse seca, duas vezes, e lhe responde:
- Bem... Não! As flores de Spigacea crescem também longe das bordas do penhasco...! Mas sempre fique de olho onde está pisando é claro...! As nuvens são muitas para aqueles lados, e nunca é bom caminhar se não consegue enxergar o chão aos seus pés! O meu problema é que eu nem consigo descer ESTE penhasco aqui direito...! - Apontava para o abismo íngreme que existia a poucos passos de vocês, e que levava ao grande vale a frente - Se eu conseguisse descer por aqui, então seria moleza...! Mas já sou velho demais para essas coisas; mas você, Lunara....! Bem, você é cheia de juventude ainda.......! - Então, seu rosto de repente se franzia obscurecido, quando dizia: - Porém... tome cuidado com a floresta...!! Sobretudo........ Não olhe para o Lago Negro...! Não olhe!! - E com isso, voltava a pincelar com outra cor e com outro pincel, uma parte mais rasa da tela.
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Post by Dona Ursa on Dec 30, 2013 14:58:23 GMT -5
- Então o senhor mora neste penhasco? Há mais alguém que more aqui? - começou a fazer mais pergunta para ganhar tempo. Precisava pensar no que iria fazer, pois o pedido do homem não lhe era muito interessante. Enquanto isso virou as costas para o penhasco e observou os tipos de plantas que estavam a sua volta. Sentia-se muito desconfortável após ouvir a recomendação que lhe fora dada.
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