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Post by moonlance on Dec 6, 2013 14:01:19 GMT -5
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RODADA 036
O Trono da Cidadela
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Aurora SteinhildrSilenciosa e determinada, andava junto com a Formíctea Régia pelo corredor, passando por guarnições, outras passagens, túneis, e muitos outros incríveis lugares subterrâneos nunca antes por você imaginado. Aquele lugar era gigantesco! E havia Zhoraks e Formícteas Régias por todas as partes, provavelmente em serviço, e quanto mais vocês avançavam para frente e quanto mais cruzamentos ou bifurcações atravessavam, maior o seu número crescia; não houve um Zhorak ou Formíctea Régia que não a reconhecesse em sua passagem, como 'Vossa Alteza', ou 'Princesa Steinhildr', e não fizesse uma grande reverência em sua passagem...!
Por fim, depois de andar por muitos lugares que você nem teve tempo de prestar atenção, vocês chegam a um espaço que parecia uma quadra a céu aberto com gramado e uma grande e bela fonte ao centro, mas cujas paredes da corte em torno da área eram muito altas - como prédios, e com janelas bem decoradas. Era de dia...! A luz do dia...! E os Zhoraks que estavam ali naquela praça estavam muito confortáveis, mas obviamente, ao vê-la, arregalam os olhos e fazem grandes reverências. Curiosamente, do lado esquerdo da corte, havia uma taverna animada com grandes janelas abertas horizontais, e aparentemente sem portas; muitos Zhoraks estavam lá dentro se alimentando, se divertindo e bebendo; os odores pareciam muito saborosos; mas a sua passagem, não havia um Zhorak que não levantasse um chapéu a sua passagem, na impossibilidade de realizar outro tipo de saudação a distância; alguns se levantavam até.
Mas a Formíctea Régia tinha outros planos imediatos para você; apesar disso, só agora você nota que há dezenas de Zhoraks caminhando há alguns 7 metros atrás da escolta de Vrenilka - ou seja, atrás de você -, apreensivos; alguns deles vestiam roupas nobres; nada falavam, mas pareciam muito curiosos. Vrenilka o leva para uma espécie de enfermaria, fora da praça central. Lá, Zilt e Durkan (você não os vê mais a partir desse momento) são levados para uma outra peça para serem tratados ou observados, enquanto você é atendida por uma mulher Zhorak no primeiro aposento... a primeira vista, você acreditou que fosse Zilt...! Mas agora que o local é menos escuro, você vê que nem todos os Zhoraks são exatamente iguais - embora de longe, pareçam ser todos um exército de Durkans e Zilts! Você é tratada de seus ferimentos com muito cuidado pela Zhorak; a porta da clínica era fechada e ficavam a sós, você e a enfermeira Zhorak; na realidade, havia uma outra colega dela auxiliar. Aparentemente, mesmo tendo que se despir parcialmente, não parecia que aquele encantamento ilusório terminasse...!
Finalmente, quando o tratamento de suas horrorosas feridas parecia terminado, com lavagem, anti-sépticos, ervas medicinais, remédios, costuras e bandagens, a porta é imediatamente aberta, e 2 Zhoraks (1 homem e 1 mulher) com trajes de cortesãos, lhe entregam vestes nobres para vestir. Vrenilka esperava ao lado de fora, com 10 Zhoraks juntos a ela. Eles trocavam palavras que você não entendia; mas parecia que estavam levando tudo muito a sério. Vrenilka então lhe pede para segui-la junto com os outros; você é escoltada novamente por um corredor magnificente, com muitas portas de ambos os lados; pareciam ser quartos Zhoraks - embora todas as portas estivesse fechadas, só que de vez em quando saia um Zhorak de uma delas. Esse corredor era muito alto, e mais acima pareciam existir, de ambos os lados, plataformas elevadas, ligadas por pequenas pontes transversais de madeira; havia mais portas igualmente ordenadas naquele andar de cima também...! Mas você atravessa aquele corredor de portas e então chega a um cruzamento com corredores mais amplos e ainda mais impornentes, mas sem portas, e sim, muitas estátuas; estátuas de Zhoraks aparentemente importantes; tapete púrpura, muitas decorações luxuosas, e objetos antigos ou valiosos estavam expostos em pedestais de rocha polida - era talvez um museu Zhorak...! Vrenilka a conduz à esquerda; e então, vocês parece chegam ao fim do corredor, que parece ser uma sala cúbica fechada - e não mais um corredor de teto altíssimo...!
Você, Vrenilka e mais 10 Zhoraks com roupas de cortesãos ficam naquele aposento esquisito, eretos, como que esperando ordens. Subitamente, portas da sala cúbica se fecham, e você ouve surdos ruídos mecânicos e graves ao todo redor. Vrenilka tenta lhe reconfortar com as palavras: - Não se preocupe, Vossa Alteza; estamos subindo para o Palácio. Quando aquilo termina, depois de cerca 1 ou 2 minutos de espera, e aqueles barulhos e uma sensação estranha de perda de gravidade, as portas da sala cúbica se abrem, e surge a sua frente um corredor amplo, imenso, ainda mais imponente... E ao fundo, parecia a sala do trono...!
Vocês então eram levados não a frente do trono em si, onde havia um sujeito sentado, um Zhorak com um grande bigode e cavanhaque escuros - era o atual Regente -, mas eram levados a um grande aposento lateral, com uma grande mesa redonda e de brilho vítreo; onde todos se sentavam - exceto Vrenilka, que ficava ao seu lado. Muitas formalidades ocorriam...! E você começava a cansar, até o momento em que Vrenilka começou a relatar eventos do dia...!
Os Zhoraks da corte (homens e mulheres) pareciam muito atenciosos e interessados na história toda que Vrenilka contava - você notava como a respeitavam tanto quanto um de seus -, e apesar de se surpreenderem por inúmeras vezes, em nenhum momento tiravam do rosto um sorriso alegre, como pela volta da Princesa Steinhildr...! Você sentia isso em seus corações. Quanto ao Regente, ele a olhava com alguma leve suspeita, mas logo que lhe entregaram um documento, ele assinou sua carta de resignação sem hesitar; e apertava sua mão com dignidade, fazendo pomposa reverência, desejando-lhe bom reinado. Parecia como que se os Zhoraks não se importassem muito com os eventos relatados por Vrenilka, ou que aquilo ficaria apesar arquivado - havia um redator - para ser tratado mais adiante com o devido cuidado, mas que naquele momento, tudo o que queriam era o retorno da liderança Steinhildr...!
Em um dado momento, lhe fizeram então primeira pergunta direta, depois é claro, de lhe fazerem sentar junto ao trono do ex-Regente, e de lhe entregarem Vrenilka, e mais 2 Zhoraks cortesãos (1 mulher e 1 homem) de meia-idade, com olhares dignos e severos, para servirem-lhe de acessores, conselheiros e auxiliares mais diretos. A pergunta lhe provocava certa surpresa, e era simplesmente:
- Vossa Alteza, o que devemos fazer com aqueles Zhoraks que perderam a memória e aprenderam coisas diferentes das nossas, e que acompanhavam você durante sua jornada até a Passagem Principal? Milevan, o minerador-enfermeiro, Nyx, a acadêmica, Rastha, o 'infiltrador' - você nunca tinha ouvido nem aquele nome, e aquele título era estranho para você; não que não fizesse sentido...! - e... Broggons?
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Post by Dona Ursa on Dec 6, 2013 15:42:13 GMT -5
Ainda atordoada com os eventos que progrediram rapidamente, embora repletos de pequenas formalidades, foi pega de surpresa pela pergunta, enquanto pensava sobre seu irmão, pois tinha certeza que não tinha o visto,e nem ninguém que pudesse ser um Steinhildr. Aurora estava muito ansiosa para saber qual era a conexão de sua família com aquela cidade e até agora não pudera perceber sequer uma.
A maior parte de sua desconfiança já tinha ficado para trás. entretanto existia uma parte de si que ainda não acreditava naquele teatro todo que os seres azulados encenavam ao seu redor por isso não conseguia baixar a guarda nunca. Não sem ver um rosto Steinhildr familiar antes.
Também estava quase chocada com o fato de ter recebido o trono daquele lugar e assim, tão facilmente, sem ter que dizer nem fazer nada especial, apenas adentrar a cidadela e "concordar" em ser um deles. Era algo muito fácil, muito difícil de acreditar.... Porém era um acontecimento especial, excelente. O que poderia se fazer pela sua causa com tantas mãos - e patas - disponíveis para lhe ajudar....?
Mas o que importava era a pergunta que acabara de lhe ser feita e pela qual já estava sem responder por quase um minuto, o tempo que usou para pensar em tudo isso e em Heijkir. Aqueles outros "companheiros".... Aurora não tinha nenhum afeto especial por eles, na verdade, algumas desavenças era tudo o que tinha, mesmo assim não achava justo deixá-los onde ficaram e ainda tinha a questão de ter dado sua palavra para o tal Broggons de que iria deixá-lo entrar na cidade e ainda sem ser coagido pelos guardas. Se ela isso que a "princesa Steinhildr" tinha dito, era o que tinha que ser feito.
- Quanto àqueles zhoraks, eu quero que tragam-nos todos até mim. Como eu, eles perderam a memória e não sabiam direito o que estavam fazendo. Deixe que eu cuido do caso deles. Inclusive o caso de Broggons. foi firme e elegante, imitando aquilo que lembrava do próprio regente de sua cidade natal.
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Post by moonlance on Dec 6, 2013 15:58:42 GMT -5
Aurora
A resposta veio rapidamente, de um de seus súditos Zhoraks, chamado pelo exótico nome 'Ygrooa':
- Vossa Alteza, não podemos os trazer aqui no Palácio; pelo menos, não nas atuais circunstâncias! Mas, se eles são tão bem vindos, então, eu sugiro-lhe, por que não fazer um grande banquete na Taverna Ceruleana? Eu me encarregarei de tudo, se desejar.
A sugestão parecia impossível de ser recusada...! E você não tinha bem certeza como funcionava a realeza dos Zhoraks. Iria seguir aquele conselho?
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Post by Dona Ursa on Dec 6, 2013 16:03:02 GMT -5
Pensou consigo mesma por um momento apenas. Iria aceitar, mas as "circunstâncias" lhe chamaram a atenção:
- Quais são as circunstâncias atuais que lhe impedem de trazê-los aqui?
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Post by moonlance on Dec 6, 2013 16:15:51 GMT -5
Aurora Steinhildr
Sua pergunta era muito adequada para a situação; logo, você recebe a seguinte resposta:
- Vossa Alteza recém reintegrou sua posição original, e estamos muito contentes com isso! - Você nota que na realidade, havia 2 tronos, e não 1 só. E você estava do lado esquerdo; o outro trono estava vazio...! - Mas, com o relato de Vrenilka, sabemos não podemos confiar totalmente na boa vontade de pelo menos 3 daqueles sujeitos: a começar por Broggons, depois Rastha e, em menor escala, Nyx; pois podem ter sido manipulados de forma a se tornarem espiões de nossos rivais da Quarta Norte! Não seria adequado que se aproximassem do Palácio.
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Post by Dona Ursa on Dec 6, 2013 16:44:24 GMT -5
Incomodada, mas tentando disfarçar seu descontentamento, Aurora voltou a fazer perguntas:
- O que é a Quarta Norte? E... - olhou para o lado onde estava o trono, franzindo a testa em desconfiança - Quem senta nesta cadeira?
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Post by moonlance on Dec 6, 2013 17:30:39 GMT -5
Aurora
Ygrooa responde com boa vontade:
- A Quarta Norte é a outra cidadela Zhorak que existe nesta altura do 'Grande Edifício, Vossa Alteza. No entanto, nós, da Quarta Sul, temos rivalidades históricas com aquele reinado; não concordamos com as políticas e a gestão deles. Atualmente, estamos em um 'cessar-fogo'. Mas estamos mais vigilantes do que nunca...! - Fazia uma pausa. - Quanto àquele assento, Vossa Alteza, agora está vazio...! Era ocupado pelo Regente; mas acredito que a Princesa não possa ter esquecido, de todo, o seu amável irmão Steinhildr...? Nosso grande Príncipe que outrora nos liderava? - Dizia, com um olhar surpreso.
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Post by Dona Ursa on Dec 6, 2013 18:57:59 GMT -5
Aurora levantou-se do trono em um pulo, chocada pelas palavras de Ygrooa. - Heijkir! - exclamou em voz alta, quase um grito - É claro que me lembro dele! - mais seus olhos brilhantes se apagaram quase que instantaneamente ao perceber as últimas palavras do zhorak - Mas por que ele já não é mais regente aqui? O que aconteceu? Onde está Heijkir? - fez a pergunta em um tom muito alto e aflito, quase como se estivesse brigando com aquele ser que estava apenas lhe ajudando, já rangendo os dentes e cerrando os pulsos em ansiedade apenas para saber o que o destino reservara para aquele imbecil e covarde de seu irmão mais velho.
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Post by moonlance on Dec 6, 2013 19:08:39 GMT -5
Aurora
Ygrooa se asustava um pouco com sua ávida reação, mas, engolindo seco, e mantendo a postura, responde, com um ar triste, mas determinado:
- Vossa Alteza, com sua ausência prolongada, o Príncipe Steinhildr... muito preocupado e sofrendo de depressão..., ele resolveu partir em uma expedição radical... com algumas dúzias de valentes Zhoraks, para a Base da Torre...! Isso faz 3 anos..., mas ele nunca mais retornou para nós...! Eu sinto muito...! - Continuava, em um tom mais silencioso: - Desde então, o Regente tomou posse, na ausência de membros da realeza Steinhildr, aqui na Quarta Sul, a fim de manter alguma ordem original. A vida tem sido difícil...! Mas agora você retornou...! Alegre-se, Vossa Alteza...! Talvez, agora, possamos tentar mudar as coisas ruins que nos foram destinadas...!
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Post by Dona Ursa on Dec 6, 2013 19:28:25 GMT -5
Aurora engoliu em seco e deu às costas para Ygrooa, querendo esconder todo o remorso e dor que sentiu naquele momento... Mesmo que aquela atitude que o zhorak descrevera não parecia totalmente com o Heijkir que lembrava e... Três anos? Não se recordava de já fazer tanto tempo... Se bem que o tempo em que ficara longe de casa já não era mais contado por ela há muitas luas. Aurora não sabia como ele, em primeiro lugar, tivera chegado até ali, nem mesmo se era da mesma pessoa que estavam falando, já que não se lembra de um dia ter estado ali para ter sido capaz de desaparecer.........
-V-você disse... - respirou fundo, tentando recompor-se - Você sabe como eu desapareci daqui? Eu não me lembro.....
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Post by moonlance on Dec 6, 2013 19:42:47 GMT -5
Aurora
Ygrooa, em sua grande atenção e paciência, responde calmamente:
- Todos sabemos, Vossa Alteza! Ocorreu a cerca de 6 meses antes da Expedição à Base, do Príncipe, quando Vossa Alteza e uma comitiva especial tinham realizado uma longa jornada para resolver problemas diplomáticos com a Base; mas tinham realizado um trajeto ousado: tinham ido para a Cidade do Topo, a partir de onde grandes viagens de navios são realizadas para fora da Torre. Naquela época, viajar até o Topo era seguro...! Muito mais do que viajar para a Base diretamente...! Porém perdemos o contato com sua comitiva, depois de um colapso súbito do governo da Cidade do Topo, o que coincidiu também com um ciclo de batalhas com nossos primos da Quarta Norte...! Perdemos o contato com a Cidade do Topo para sempre, hoje dominada pelo desejo do Bruxo; e todas expedições militares, diplomáticas ou de reconhecimento para lá enviadas foram todas perdidas. Finalmente, recebemos informações cruciais de que Vossa Alteza tinha conseguido fugir da Cidade do Topo em meio ao conflito, havia muito tempo atrás, na mesma semana em que o governo tinha colapsado...! Porém, aprendemos que Vossa Alteza não tinha tomado o caminho da Torre! e sim, saído mundo afora com um grande navio...! Pensávamos então que provavelmente nunca mais a veríamos de novo...! Mas você retornou... por conta própria...! Se pelo menos soubéssemos......! - Lamentava profundamente.
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Post by Dona Ursa on Dec 6, 2013 20:28:19 GMT -5
Apesar de ouvir a toda a história com cautela, nada daquilo fazia sentido para ela. Aurora não podia acreditar em nada do que ouvia. Não. Não era Heijkir nem ela naquela situação... Eram outras pessoas, tinham de ser.....
Mesmo atordoada e sem mais vontade alguma de conversar com alguém, Aurora ainda assim se sembrou do assunto original, querendo por um ponto final naquilo antes de se recolher à sua solidão, pois agora precisava muito dela para refletir sobre tudo aquilo. - Então, Ygrooa, por favor, providencie o banquete que mencionou antes para aquelas pessoas que ainda estão do lado de fora de Quarta Sul. Os que estavam me acompanhando. Agora eu preciso ficar sozinha. Estou cansada depois de tudo isso o que me aconteceu e que você deve ter ouvido por Vrenilka. - terminou dando um ruidoso suspiro lamentoso.
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Post by moonlance on Dec 6, 2013 20:32:25 GMT -5
Aurora
Os súditos fizeram uma reverência, indicando o caminho para seu quarto, caso quisesse dele desfrutar, antes do banquete; isso porque Ygrooa ainda perguntaria:
- Vossa Alteza, pretende participar do banquete também...?
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Post by Dona Ursa on Dec 6, 2013 20:39:00 GMT -5
- Eu... - pensou rapidamente - Sim eu irei, mas depois, mais tarde. Agora eu preciso... Preciso descansar. - levou uma das mãos à testa enquanto baixava a cabeça, deixando as madeixas do cabelo platina soltos ocultarem seu rosto.
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