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Post by moonlance on Dec 7, 2013 16:17:02 GMT -5
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A Ilha Prometida
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Post by Dona Ursa on Dec 7, 2013 17:02:58 GMT -5
Ainda sentia-se zonza com todos aqueles acontecimentos repentinos, entretanto, poder sentir novamente o chão firme sob seus pés, e não só isso, um lindo jardim muito bem cuidado, fazia com que Lunara se sentisse muito melhor. Estava muito confortável rodeada daquelas plantas, não importando o fato de estar em um local desconhecido e envolta pela espessa neblina que obscurecia sua visão sobre o ambiente ao redor. ... O cheiro da grama verde e perfume de flores, bastava fechar os olhos e era como se jamais houvesse abandonado seu mundo. Era a melhor sensação de todas... Não que Lunara não gostasse do mar, ela o adorava, porém passar tantas semanas sob uma tempestade horrível e infindável que cobria completamente o brilho do sol e congelava as almas dos marinheiros não era realmente uma maravilha. Lunara certamente tinha o gosto pela aventura e o desafio, eram deliciosos, porém detestava ficar impotente e a merce da fúria dos céus por tanto tempo... Parecia até alguém de sua casa tentando lhe punir, depois de todo esse tempo tranquilo...
Mas, voltando a sensação atual, quem sabe aquele fosse o lugar pelo qual estava esperando. Sua terra prometida! Era algo estranho... Ter chegado de um modo tão inusitado exatamente onde queria, porém... quem sabe, só a possibilidade de ali ser o seu novo paraíso deixava a mulher muito entusiasmada, ainda mais ao perceber que todos seus pertences, suas belas roupas e jóias caras, estavam intactas, até mesmo removeu seu instrumento musical da bolsa e conferiu corda por corda para ter certeza de que estava tudo no lugar - e que alívio! - ele estava em perfeitas condições.
Tudo estava checado e exatamente como a mulher deixara, só faltava uma coisa: descobrir que ali era a ilha formidável que tanto ansiara em conhecer e o único jeito de se saber era explorar o além da neblina. E foi o que ela fez. Adentrou a neblina com determinação, enquanto aproveitava a leveza e conforto que o ambiente a sua volta lhe proporcionava.
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Post by moonlance on Dec 7, 2013 17:24:19 GMT -5
PadmaSem ter uma noção do tamanho daquele jardim, você resolve tomar um pequeno caminho de pedrinhas que cortava o gramado; você começa a ouvir o ruído de um pequeno riacho, e diversos sons de passarinhos cantando; isso a deixa animada a prosseguir por aquele caminho, e logo começa a enxergar, através da neblina espessa, copas de pinheiros ao fundo.
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Post by Dona Ursa on Dec 7, 2013 17:45:52 GMT -5
O som do riacho a faz caminhas mais rápido, entretanto ao ver a copa das árvores para de súbito,analisando melhor o ambiente. Se antes estava em um jardim por que iria para uma floresta? Ou era a floresta particular de alguém? Neste caso era melhor ter mais cuidado ao se locomover por ali. Decidiu analisar todo o terreno enquanto seguia o caminho do som do riacho.
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Post by moonlance on Dec 7, 2013 20:44:55 GMT -5
Padma
Não havia muito o que concluir: você desconhecia boa parte daquelas plantas, assim como aquele tipo de bruma e paisagem era algo bastante novo para você. A cultura de cultivar aquele tipo de espaço aberto - seria mesmo um jardim afinal de contas? - também lhe era pouco familiar. Mas a estrada de pedrinhas, o gramado bem cuidado, e os postes de lamparinas só poderiam indicar que alguém morava por ali..., poderia ser o quintal de alguma casa...!
O gramado parecia de um verde vivo, mas que era embaçado pelo excesso de neblina; tinha bastante orvalho, e o chão poderia ser escorregadio, se você não andasse pelo estreito caminho de pedrinhas. Havia muitas outras plantas e flores estranhas brotando do solo, aleatoriamente; alguns tufos também surgiam hora que outra. Os postes apareciam em pares, dos dois lados do caminhozinho, mas um pouco mais afastados lateralmente. Finalmente, o caminho começa a descrever uma curva a esquerda; logo, você percebe o riacho; este, não corria em profundidade, mas pouco abaixo da altura do solo, com o desenvolvimento de pequenas barrancas, de cerca de 30 cm de profundidade até o nível do corpo d'água. Havia uma pontezinha de madeira e com corrimão, o material bem talhado com decorações florais, e umedecido, e que se projetava não mais de 2 m sobre o riahco, até o caminho continuar normalmente do outro lado. A água do riacho era transparente, porém, era... azul! Um azul intenso; corria vigorosamente e por isso fazia bastante ruído, mas era bem raso, e cheio de cascalho.
Antes de chegar na ponte, você conseguia ver 3 grupos de copas de árvores. Aquele que você tinha visto primeiro, dos pinheiros muito altos, agora ficava a sua direita e a frente; um novo grupo de copas, mais arredondadas, surgia a sua direita - na direção para onde corria o riacho azul -; e um outro conjunto de copas, enormes e de vários tipos, erguiam-se mais longe a sua esquerda e a frente.
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Post by Dona Ursa on Dec 8, 2013 8:46:55 GMT -5
Apesar de já estar contrariada por causa da neblina que estava dificultando tudo, Padma também estava fascinada por todas as plantas que jamais vira antes e o mais incrível, talvez até mais do que o capricho com que os pequenos detalhes florais da bela ponte foram feitos, era a linda cor daquela água agitada, um azul que a lembrava de pedras preciosas. Padma se aproximou com cautela do riacho para ver melhor a água e pensou em trazer com a magia um pouco dela para mais perto de si e poder vislumbrar melhor aquela cor em uma quantidade bem menor de água. Com algumas palavras mágicas tentou puxar para si um pouco de água, provavelmente o equivalente do que pegaria se usasse suas duas mãos como uma concha. Queria saber se existia algo de especial e único naquela água.
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Post by moonlance on Dec 9, 2013 16:43:36 GMT -5
Padma
Mal você aproxima a água de seus olhos, quando, através do líquido, você enxerga uma insólita imagem animada e monocromática de um sofrimento indescritível de uma criatura aterrorizada, ardendo em chamas......!! Você sobressalta pois parece ouvir um ruído vibrante proveniente daquele gotão de água que tremulava lentamente mantendo a imagem visível, e além disso, você sentia como que uma presença perniciosa surgindo a proximidade...... em algum lugar!
Aquilo lhe faz perder o controle de sua magia, e o pequeno corpo d'água levitando estoura em mil gotículas, que se misturam com a atmosfera densa ou caem de volta ao solo...!
Seu coração batia rapidamente...!
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Post by Dona Ursa on Dec 9, 2013 19:20:47 GMT -5
Padma se afasta da margem do riacho e passa os olhos por toda a sua volta, tentando compreender o que era aquela presença que se aproximava, com grande receio de um ataque surpresa, já que toda aquela neblina era perfeita para a investida.
O coração saltava do peito ainda sob efeito da influência que aquele sofrimento alheio tivera nela ao pegá-la desprevenida. O que era aquilo Aquela criatura que ardia em chamas impiedosas. Como aquela imagem aparecera para Lunara refletida a água, como uma visão mística. Poderia ser um feitiço de ilusão e nesse caso significaria que ela já estava sob ataque.
Respirando fundo para se conseguir se concentrar a todo novo som que pudesse ouvir, ela colocou uma das mão lentamente dentro da bolsa de couro decorada.
- Quem está aí? - resolveu tentar se comunicar, ou, quem sabe, desconsertar quem quer que pudesse planejar um ataque contra a jovem inocente e indefesa - Podemos conversar, se assim desejar.
Agora como desejava que a neblina se dissipasse... Se não estivesse em um lugar tão aberto tentaria usar o ar ao seu favor e limpar seu campo de visão.
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Post by moonlance on Dec 9, 2013 20:17:48 GMT -5
Padma
Você ouve uma leve voz pueril, dirigida a você, vinda da direção de onde você tinha vindo!:
- Poderíamos conversar. Mas receio que não teremos tempo agora!
Saindo das brumas, surge uma pequena silhueta escura, esbelta e do tamanho de uma criança, vestindo um leve colete escuro e calças de couro justas e pretas. Seu cabelo de um pálido castanho parece ser curto e liso, até que você vê uma longa e pesada trança balançando atrás dela, abaixo da linha da cintura, a medida que se aproximava. Parecia uma menina e tinha um olhar sério a primeira vista, porém tinha um jeito descontraído de se mover.
Quando chegou a alguns metros de você, ela parou, a fitou da cabeça aos pés e então lhe disse:
- Você está nos domínios de meu mentor. Acho que é bem vinda. - Parecia ter um jeito um pouco apático de falar, mas não soava mal educada por isso. Observando seu estado assustado, ela completa: - Não tenha medo, pois aqui nesta paragem, você não corre perigo algum.
Apesar daquelas palavras reconfortantes, o susto anterior e a surpresa consecutiva não a deixavam totalmente tranquilizada; além disso, lhe ocorreu a ideia de que aquela menina pudesse ser alguma criatura sobrenatural... perigosa ou traiçoeira...! Mas essa ideia logo desvanece de sua mente em grande parte, quando você simplesmente pára de sentir aquela presença angustiante que você tinha pressentido no momento em que vira a figura sofrível dentro da gota de água azulada. A sensação de perigo iminente tinha desaparecido...!
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Post by Dona Ursa on Dec 9, 2013 22:32:57 GMT -5
Um pouco mais alíviada do susto que levara, mas ainda assim estranhando a sequência de acontecimentos que a levaram até a criança, Padma agacha-se e leva uma das mãos à grama que forra o chão da propríedade do tal mentor da jovem, passando os dedos suavemente em um movimento gentil e harmonioso, sentindo as folhas lisas sob seus dedos enquanto tentava tirar alguma conclusão da imagem que acabara de ver. Em seguida voltou os olhos cintilantes para a menina com um belo e amigável sorriso nos lábios, como se estivesse muito feliz em tê-la para lhe fazer companhia.
- Será que eu poderia saber seu nome? - perguntou em um tom afável e brando, talvez assim a criança em sua frente se interessasse mais em manter um diálogo.
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Post by moonlance on Dec 9, 2013 23:25:55 GMT -5
Padma
- Tanith. - Respondeu a criança simplesmente. E, como que adivinhando algo improvável, continuou: - Você tem poderes; então, você vai poder fazer Uma escolha. - Dizia aquilo de forma que soava em algo dramático... - Siga-me; não temos tempo a perder.
Tanith se voltou para a direção oposta, e começou a caminhar num passo acelerado pelo estreito caminho; se você não a acompanhasse rapidamente, a perderia nas brumas...!
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Post by Dona Ursa on Dec 10, 2013 6:20:22 GMT -5
Padma fez uma careta enquanto a estranha jovem de nome Tanith lhe dava as costas, não aprovando a maneira com que ela lhe respondia, nem o que dissera por último. A criança lhe despertou grande curiosidade ao proferir tais palavras enigmáticas, o que fez com que, mesmo suspeitando dela, Padma a seguisse de perto.
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Post by moonlance on Dec 10, 2013 21:52:29 GMT -5
Padma
Uma criança 'adulta', isso era algo estranho e novo para você...! Os adultos é que costumam ser sérios, e chatos; você com certeza esperaria algo mais lúdico daquela pequena pessoa... porém, algo parecia a preocupar, e isso a contaminava também.
Depois de chegarem a uma bifurcação, você segue a garota, tomando o caminho da esquerda. Passando por mais postes, o caminho começava a ficar mais bem cuidado, e os campos de gramado ao redor agora apresentavam vasos de plantas e flores, árvores grandes isoladas, fazendo sombras, bancos de geometria retangular, de ferro e madeira, ornamentados aqui e acolá... a neblina evidentemente dificultava muito a visão daquele lugar, que deveria ser muito pitoresco.
Finalmente, o caminho começa a descrever uma breve e leve subida, e você começa a enxergar uma grande massa cinzenta e plana a sua frente... tipo um paredão...! Aproximando-se ainda mais, você percebe que chegou a frente de uma gigantesca casa de madeira, talvez um chalé...! E aquela parecia ser a porção frontal do mesmo...! Você percebe que estava então no quintal daquela 'mansão' desconhecida, mas mui charmosa a primeira vista, com uma madeira castanha-escura, e algumas tábuas especiais pintadas de branco em vários setores da arquitetura, que misturava aspectos rústicos e requintados; havia diversas janelas com suporte para flores, em diversos patamares; aquela residência deveria ter pelo menos uns 3 andares; você não conseguia ver o topo. Porém, uma curiosidade daquela porção frontal da casa, é que ela parecia ter uma forma triangular... Sim, na realidade, de um triângulo equilátero com a base para cima; além disso, a face frontal estava inclinada para trás, de modo que o caminho que atravessava o belo jardim chegava na frente de um 'bico' da casa, que teoricamente encostaria ali no chão, no término do caminho. Uma estrutura muito estranha; mas não havia bico porque aquela parte era 'cavada', com um espaço para um pequena área de entrada principal, subindo alguns degraus de uma escada de madeira cerceada de novas paredes com um corrimão de cada lado, e uma grande porta de madeira de finas formas a frente no topo; era então uma pequena área de entrada, semi-aberta e relativamente escura - até por causa da cor natural da madeira que a constituía. Tanith tinha subido os degraus e agora abria a porta sem muita cerimônia, depois de dar 2 toques surdos com uma pesada alça de metal bronzeado no centro da porta. Você não via nada do interior da casa, mas a menina lhe fazia sinal para adentrar a misteriosa mansão...! Em um dado momento, você teve a impressão de que ter visto um leve sorriso em seu rosto.
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Post by Dona Ursa on Dec 10, 2013 22:04:32 GMT -5
- Esta casa é sua? - Padma lhe deu as costas, fingindo que não percebera o convite para entrar e observando melhor os detalhes da estranha e gigantesca mansão perdida naquele imenso jardim oculto pela neblina - É um lugar interessante para se ter uma casa. - voltou alguns passos e observou as flores que nasciam nos vasos dispostos pelo local.
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Post by moonlance on Dec 10, 2013 22:20:51 GMT -5
Padma
Tanith lhe responde:
- Digamos que sim. E eu cuido dela também, e ela cuida de mim. - Aquelas palavras eram de deixar alguém refletindo...! Então, a pequena adiciona: - Mas, se você quiser 'a real', o único problema daqui, é que é isolado de todo o resto! - Parecia dizer aquilo de um modo franco, mas com um certo pingo de ironia; você via que ela tinha um sorriso nos lábios, mas algo que misturava diferentes sentimentos, como se quisesse lhe antecipar alguma coisa, sem utilizar muitas palavras...!
Dando mais uma olhada ao redor, você percebe que a casa é mais funda lateralmente, especialmente na base, onde a área do triângulo é menor. De cada lado, externamente à entrada principal, uma longa porção de parede se prolongava diagonalmente para os fundos e se ampliava para os lados; e havia bastante vegetação de jardim por ali, inclusive alguns barris rústicos dispostos ocasionalmente. Você também via janelas naquelas paredes laterais; eram regiões relativamente obscurecidas por causa do excesso de plantas, acomodadas muito proximamente às paredes da casa; o terreno ali próximo também não era muito regular.
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