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Post by Dona Ursa on Dec 10, 2013 22:32:06 GMT -5
- Então não há mais nada por aqui? - observou atentamente aquela jovem tão adulta e seu sorriso misterioso. A estrutura inteira daquela casa lhe era bastante curiosa, no entanto, o que lhe preocupava era o que a criança realmente queria dela. O que aconteceria depois de entrar? Mesmo sendo uma menininha, Padma não podia esquecer a visão que tivera mais cedo. Mágica, só podia ser, e lidar com magia era um risco já conhecido por ela. Quem iria garantir que Tanith não era uma forma mágica assumida por algo que queria lhe causar algum mal?
- É sempre assim por aqui? - colocou nos próprios lábios um sorriso misterioso - Invasores são convidado à entrar como se já fossem esperados?
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Post by moonlance on Dec 10, 2013 22:46:20 GMT -5
Padma
Tanith começava a ficar um pouco ansiosa com sua indecisão de entrar ou ficar espiando a casa, ou ficar fazendo perguntas a toa; mas se mantinha paciente não obstante. Ela diz:
- Daquele lado - apontava para o jardim a frente da casa - tem outras coisas. Mas é perigoso. Mas aqui, temos proteção do mentor, e tudo de que precisamos. Se você ficar entediada, podemos encontrar alguns afazeres, inclusive uns bons livros. - Aquela conversa era pra lá de inusitada...! Então, Tanith respondia a suas outras perguntas: - Tem muitas nuvens aqui nas alturas, mas nem todo dia é assim. E nem todas as névoas são benignas; mas estas são. Mas você não é uma invasora; você está aqui, porque você foi 'colhida' pelo meu mentor, ou então, 'escolhida' - se achar isso mais emocionante.
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Post by Dona Ursa on Dec 10, 2013 22:58:15 GMT -5
"Alturas" a menina disse e Padma chegou a esboçar uma breve e quase imperceptível surpresa ao ouvir aquilo, afinal como saíra de um naufrágio para um local alto o suficiente para que nuvens se transformassem em neblina? A apsara achava que caminhando um pouco de onde acordara começaria a ouvir as ondas do mar e logo encontraria algum sinal de que o seu navio um dia existira, antes de tornar-se apenas um monte de madeira destroçada e umedecida flutuando sob a espuma branca das ondas que batiam na areia lisa e quente. Mas a realidade era bem diferente. Deveriam estar em uma montanha! COMO? O que poderia ter acontecido consigo naquele tempo em que estivera desacordada? E como parou em uma montanha isolada.. Não... Como parou dentro do jardim de uma mansão perdida em uma montanha? As perguntas começavam a se acumular e Padma estava ficando assustada com sua situação.
- Você não prefere saber quem sou eu antes de me convidar para entrar? - a primeira frase de Tanith também lhe deixara com muitas suspeitas, final, ela esperava que a "desconhecida" passasse quanto tempo com eles?
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Post by moonlance on Dec 10, 2013 23:06:07 GMT -5
Padma
Tanith lança novo sorriso espontâneo, leve:
- Eu esperava que você acabasse por se apresentar, afinal de contas. Mas não se preocupe: não vou achar que é mal polida por causa disso; aliás, eu também fiquei bastante perturbada quando vim parar aqui. A diferença, é que não teve ninguém pra me receber...! pelo menos, não imediatamente até que o Mentor surgisse. Acho que você vai gostar dele. Por favor, entre, dona......?
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Post by Dona Ursa on Dec 10, 2013 23:13:31 GMT -5
- Lunara. Mas, por favor, não use o "dona" comigo. - antes de finalmente acatar ao convite da menina, Padma retirou de dentro de sua bolsa o instrumento de corda e o levou até a frente do peito, apresentando-o para Tanith - Sou uma musicista. - sorriu amigavelmente como se estivesse realmente convencida da autenticidade da criança. Em seguida acompanhou-a porta adentro.
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Post by moonlance on Dec 11, 2013 0:27:01 GMT -5
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A Ilha Prometida
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PadmaA menina então parece ficar satisfeita, enquanto você subia as escadas e atravessava a porta aberta... entrando subitamente num alto e amplo hall, cuja extensão parecia inclusive maior do que as paredes externas da própria casa naquela parte...! Havia grandes portas duplas, fechadas, do lado oposto.
No entanto, o local, apesar de amplo e aparentemente bastante limpo e relativamente bem iluminado, estava muito bagunçado e com cheiro de pó: e havia grande concentração de caixas, baús, barris, sacos, tecidos, colchões, móveis e ferramentas atirados por todos os cantos; os materiais estavam com pouca ordenação aparentemente; havia inclusive materiais de construção...! Estava um caos!
Tanith então, acaba dizendo:
- Este aposento está em reforma, sinto muito. Mas agora, Lunara, preste atenção no que vou lhe dizer... - um tom mais sério e preocupado envolve o rosto da menina, enquanto dirigia os olhos diretamente nos seus - Eu vou precisar sair urgentemente. E eu... vou lhe pedir um favor. Eu não lhe pediria esse favor, se eu soubesse que você fosse uma pessoa normal! Mas eu sei que você não é Humana. Pra ser sincera, eu sei que você é uma Apsara, e tem certos poderes. - Agora sim, aquilo era uma outra grande surpresa...! - Você não precisa aceitar o meu pedido, pois você correria um perigo mortal! O fato é que há mais pessoas que foram 'colhidas' hoje, mas estão em grande perigo, porque não surgiram no jardim como você, mas em lugares fora do domínio de Mentor! Eu vou atrás deles, na esperança de que ainda estejam vivos...! Eu vou em busca daqueles que estão mais longe e correndo o maior risco...! Se você puder me ajudar, você talvez pudesse tentar resgatar aquele ser que está mais próximo, no interior de uma caverna logo além dos limites da casa, mas que também deve estar correndo grande perigo neste exato momento...! Se você aceitar, eu vou lhe dar isto: - Em sua mão de palma aberta, Tanith mostrava um pequeno objeto geométrico translúcido e que brilhava com uma cor azul - era uma bipirâmide tetragonal regular. - Se você achar que não puder continuar, ou se sentir muito medo por sua vida, atire este cristal no chão imediatamente! Faça o mesmo, se conseguir encontrar o ser que está em perigo...! Este aparato irá-lo levá-los de volta e em segurança para a casa instantaneamente. - Prestes a sair correndo pela porta de saída a qualquer momento, Tanith lhe questionava, finalmente: - Não se sinta forçada, Lunara...! Nem eu, nem o Mentor iria desaprová-la por ter medo, e aqui neste domínio, você não corre absolutamente nenhum risco e aqui poderá permanecer quanto tempo quiser...!
Agora, você começa a entender por que aquela menina, talvez super-corajosa e benevolente para com a vida, estivesse com um humor tão pouco receptivo naquela situação toda. O que você fará? Aceitará o cristal azul e confiará na proposta radical e maluca de ajudar a curiosa menina de trança longa e de trajes escuros a resgatar pobres 'colhidos' desafortunados? Ou preferirá se manter fora de todo e qualquer perigo aparente, poupando sua frágil existência naquele mundo mundano?
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Post by Dona Ursa on Dec 11, 2013 0:53:54 GMT -5
Padma torceu os lábios enquanto ouvia a tudo o que Tanith dizia em silêncio, porém, ao final das palavras dela, a Apsara deu um largo sorriso malicioso.
- Eu estava esperando por isso. - pegou o estranho objeto da mão da menina, maravilhada com o formato e a cor que ele apresentava, era um objeto mágico e belo, um que certamente era capaz de roubar toda a atenção de Padma para si e fazer seus olhos brilharem ainda mais em deleite - O momento em que teria um porém. - voltou os olhos para a menina, não se importante muito se ela tinha pressa ou não. - Mas eu não gosto das coisas pela metade. - franziu o cenho, parecendo estar em uma mistura de tristeza e decepção, e cruzou os braços, colocando disfarçadamente o objeto translucido dentro da bolsa - Quem é o seu mentor? E quem são essas pessoas as quais você se refere como "colhidos"? - perguntou com certa seriedade - E, provavelmente o mais importante: Que lugar é este?- estava irritada com o pedido, mas disfarçou com o olhar decepcionado.
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Post by moonlance on Dec 11, 2013 1:23:40 GMT -5
Padma
Tanith estava cada vez mais aflita com a situação... ela pareceu entender que você iria ajudá-la, então, enquanto tentava responder o melhor que podia a suas novas e incessantes perguntas, fazia sinal com a mão para que se aproximasede uma lareira vazia, numa das paredes laterais do hall, que não estava infestada por tralhas.
- Obrigada...! Você é muito corajosa! - Ela parecia contente, e um brilho iluminava sua face e seus grandes olhos. - O Mentor é famoso, e o nome dele é 'Xerfos'. Eu não sei quem são os 'colhidos', Lunara... Mas são como eu e você...! - Fazia uma pausa... - É uma longa história, mas resumindo para você não ficar totalmente perdida: este lugar, é um refúgio encantado criado pelo Mentor, nas alturas de uma das Torres Arcaicas... 'A Torre do Caos'. - Tanith apontava para a lareira, parecia haver uma plaqueta de metal, com algumas pequenas e delicadas alavancas; ela dizia: - Aqui é a entrada para o porão da casa; controle a portinhola com este mecanismo; tem uma ponte central no Porão que você pode ativar por aqui também eu acho... mas tem um outro controle igual a este lá em baixo, do lado de cá e contra a parede da esquerda; pode ser difícil enxergá-lo, mas continue olhando fixamente para os tijolos mais claros...! Ah! E não esqueça de acender toda as luzes também pelo controle. Do outro lado do Porão, tem um túnel descendente que leva até a caverna... onde deve estar um dos 'colhidos'...! Se não encontrar, nem chamando... é mal sinal, volte imediatamente para a casa, e me espere voltar...! Por favor, tome muito cuidado na caverna... e inclusive no Porão...! Estão fora do controle de Mentor.
Com essa palavras, Tanith começou a se afastar, troteando para trás... Ela parecia ter muita pressa... Mas talvez, estivesse esperando que você ainda pudesse ter alguma uma última dúvida fatal...!
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Post by Dona Ursa on Dec 11, 2013 1:33:33 GMT -5
Padma respirou fundo e pressionou a ponte do nariz com os dedos, começando a ficar chateada com toda a explicação, quando ela jamais dissera que ajudaria a pequenina. Ia protestar de alguma forma, porém estava mais intrigada com o funcionamento daqueles controles e acabou se esquecendo de avisar que não queria se intrometer no que quer que aquela loucura que a menina dizia fosse. Sem pensar muito sobre o assunto Padma utilizou o mecanismo da portinhola e observou atentamente o que acontecia a seguir.
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Post by moonlance on Dec 11, 2013 1:44:42 GMT -5
PadmaA menina agradecia, dando-lhe boa sorte enquanto disparava correndo; em poucos segundos, não havia mais nenhum sinal dela... e a porta de saída ficara aberta.
Sozinha novamente, e desolada com aquela situação dramática e com a sensação de dever - Por que você aceitou tão facilmente ficar com aquele objeto...? sabendo do grande risco que aquilo implicaria...?!? Mas... você ousaria enganar a menina?
A placa de metal é constituída de 3 alavancas alinhadas lado a lado, para cima. Havia outros 'botões' quadrados na parte de baixo, mas aquilo parecia mais complicado...! Em todo caso, em toda sua curiosidade, você abaixa a primeira pequena alavanca miniatura, de um aço brilhante bonito, e você ouve um ruído surdo abaixo da lareira escura... Parecia que o chão se movia, e lá de baixo uma luz amarelenta e suja parecia surgir...!
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Post by Dona Ursa on Dec 11, 2013 1:53:42 GMT -5
Padma fez outra careta ao perceber que Tanith fora embora daquela forma. Quem disse que pegar um objeto qualquer significava aceitar alguma proposta insana e perigosa?
Traída novamente por essa mania estúpida, foi o que Padma pensou ao dar um alto e ruidoso suspiro, encostando o topo da cabeça na lateral da lareira.
Maldito objeto!
Não demorou muito para que a luz que brotava do chão captasse sua atenção - e curiosidade! - fazendo a apsara afastar-se da parede e se inclinar sobre a abertura para se ali embaixo haveria algo de interessante, já que só tinha bagunça, desordem e poeira naquela sala em que estava.
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Post by moonlance on Dec 11, 2013 16:29:09 GMT -5
PadmaVocê se aproxima do buraco no piso da lareira, agora bem iluminado por aquela luz quente de chamas; era um baita buraco quadrado, bem delimitado dentro da lareira! e abaixo, havia uma espécie de grande porão retangular... com uma ambientação ocre, velha, encardida e abandonada; o aposento media cerca de 3 metros de altura... e não havia escadas para descer, a partir daquela espécie de alçapão do qual você contemplava o ambiente abaixo de seus pés! Uma sensação de vertigem era inevitável, e você não queria chegar perto demais; mas, a medida que você se abaixava e aproximava sua cabeça para dentro da lareira para observar melhor o Porão, você notava que a abertura desembocava praticamente num dos cantos superiores daquela peça. Na porção mais próxima da peça retangular, havia grandes caixotes e madeiras quebradas... um depósito podre e mofado! E você sentia o cheiro dali mesmo. Pela metade da peça retangular, atravessava uma grande fissura retilínea escura pelo chão; um buraco lúgubre...! A história da 'ponte' que Tanith se referia, deveria estar relacionada àquela fresta do Porão. Você nota que, depois daquele limite, do outro lado da peça, a parede terminava com um conjunte de grades; na realidade, espessas barras verticais de um metal escuro, e cuja estrutura conta aquela parede longínqua parecia formar um enorme bueiro para um lugar sombrio e úmido, pouco hospitaleiro... Mais adiante você parecia notar um túnel que se esgueirava mais ao fundo...! Nada convidativo...! Mas você se lembra da história da garota, algo como 'acender as luzes' para prosseguir. Mas você nota, com certa aflição, a presença de brumas cinzentas, cintilantes, daquele lado do bueiro: as brumas pareciam vir do túnel, e rastejar pelo chão penetrando o interior do Porão da casa, e então, mergulhavam rapidamente pela grande fresta que se atravessava o centro da sala, sumindo instantaneamente numa grande escuridão desconhecida. Aquelas brumas rastejantes pareciam... 'vivas'...! Ainda bem que as névoas eram totalmente sugadas pela fresta, você pensa, e não chegavam do lado de cá do Porão; é a sensação inconsciente que você tinha - embora não conseguisse racionalizar.
De qualquer modo, no momento em que você aceitou receber aquele cristal de brilho azul - provavelmente mágico -, você tinha sido incumbida de ajudar algum ser perdido que estaria mais além daquele túnel obscuro do bueiro...! Que desagradável...! Mas então, um calafrio lhe percorre a espinha, quando sua mente é assombrada por aquela visão assustadora de um ser humanoide sendo castigado e consumido cruelmente pelas chamas...!
Que diabo de coisa era aquela...? Você estava muito indecisa sobre o que fazer naquele momento...! Mas você tinha plena consciência de que aceitara, INCONDICIONALMENTE, um objeto muito valioso - muito mais valioso do que você poderia imaginar, na verdade...! E agora você estava frente a um dilema...! Levar a sério o pedido da garota - uma ingênua talvez, ou uma oportunista quem sabe? Ou então, determinar para você mesma, que tudo estava relativamente tranquilo - pelo menos para você - e assim poderia permanecer. Uma dura escolha, pois você recém acabara de se recuperar de uma trágica realidade de naufrágio...! Do qual você poderia muito bem ter sido a única sobrevivente...! Por que se arriscar ainda mais então, em perigos desconhecidos...? Só se for para não decepcionar aquela menina bizarra - que ousou lhe pedir um favor tão absurdo! A questão era: se ela se importava realmente com você, então, pra início de conversa, por que ela lhe tinha pedido aquele tipo de favor, que poderia lhe custar a vida...? O fato, é que ela lhe confiara tudo - ou quase tudo: a jóia, a casa...! Afinal de contas, que raio de coisa era aquela situação toda...??
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Post by Dona Ursa on Dec 11, 2013 18:19:46 GMT -5
Não importava o quão importante fosse a missão ou valioso o cristal, Padma não estava convencida ainda. Na verdade estava muito curiosa sobre quem seria o tal mentor da menina apressada.
O cheiro forte do mofo no porão tinha lhe afastado daquele alçapão e agora seus olhos se voltavam para a porta dupla que vira antes. Será que poderia ter mais alguém na casa? Alguém que não estivesse sem tempo para nada e que, principalmente, não fosse uma criança. Padma não gostava muito de lidar com crianças, pois não se sentia confortável em enganar criaturas tão... inocentes.
A apsara se aproximou da porta e tentou abri-la sem fazer barulho. Depois de saber o que mais a casa escondia talvez ela finalmente pudesse pensar em lidar com o que estava oculto no porão asqueroso.
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Post by moonlance on Dec 11, 2013 20:58:13 GMT -5
Padma
O interior do hall bagunçado estava um silêncio mortal...! A única coisa que você ouvia, era algum vento suave e frio vindo da porta da saída aberta. Você também tinha a impressão de ouvir um leve gotejar intermitente, que vinha do Porão ou do interior daquele túnel... Também, havia um ruído constante que lembrava um... sistema de ventilação...! Também parecia vir lá do Porão.
Você se dirige então, às portas duplas do hall. Estavam cerradas. Será que você só foi convidada por Tanith para ficar no hall da casa?! Você se sente subitamente abandonada... em meio aquela desastrosa bagunça ruiniforme!
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Post by Dona Ursa on Dec 11, 2013 21:48:09 GMT -5
- Trancadas... - murmurou e estalou a língua, olhando rapidamente à sua volta. Observando o que mais tinha ali por perto - Então sou convidada só para ficar nesses lugarezinhos imundos? - balançou a cabeça, decepcionada. solidão lhe deixava muito incomodada e aquele lugar era completamente isolado!!! Se fosse para ficar ali sozinha e com acesso totalmente limitado.... Não daria certo. Padma não poderia ficar naquele lugar....Entretanto...
- Portas trancadas nunca foram problema para mim. - deu um sorriso travesso no canto da boca para a porta, já sentindo o gosto de uma pequena vitória na boca.
Padma utilizou-se da vantagem que sua espécie lhe proporcionava e tornou-se feita de éter, como se não fosse nada mais do que poeira encantada e de um azulado brilhante. Assim ela sabia que poderia atravessar os elementos sólidos, como uma porta normal deveria ser. E foi o que ela tentou fazer.
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