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Post by moonlance on Jan 22, 2014 14:02:35 GMT -5
Lentamente, vocês começam a se sentir melhores e mais a vontade, de volta à parte segura do chalet, sob controle da magia de Xerfos. Lunara, com objetivo de lavar os seus pés 'contaminados', ouve então o ruído saudável de água corrente, no jardim... seria uma fonte d'agua? ou uma nova cachoeira mais próxima...? Mas Virgo estava ansioso demais com inúmeros mistérios, ele já subia as escadas em direção à saborosa sala de estar; nem pensava ele em descansar, pois seu corpo não sentia, estranhamente, nenhum sinal de cansaço...! - mas para qualquer um que o tivesse acompanhado de perto em sua longa jornada, certamente ficaria surpreso por ele não estar caindo de joelhos da mais pura exaustão...!! Lunara, evidentemente, era incapaz de conceber qualitativamente a profundidade dos horrores físicos e psicológicos, pelos quais o mercenário Humano tinha passado nas últimas poucas horas, antes de o encontrar... Se ela tivesse condições de entender, ela certamente veria o Humano com outros olhos agora.
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Post by JP Vilela on Jan 22, 2014 19:14:15 GMT -5
Chegando próximo a sala, DuVirgil chamava pela pequena em brando tom:
- Tanith! Você está por ai? Tanith? - Inquiria varrendo o local com seu olho, tentando localizar a mocinha. Se ela não estivesse por lá, não daria a viagem por perdida e trataria de arrumar mais o que comer enquanto procurava. Um banquete saboroso como aquele não deveria ser desperdiçado de maneira alguma, e como ele não era um homem pequeno, comia bastante quando tinha a oportunidade.
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Post by Dona Ursa on Jan 22, 2014 19:48:13 GMT -5
O som que começou a ouvir de água corrente deixou Lunara intrigada. Não recordava de tê-lo ouvido antes. Tinha a vontade de ir até o som investigar e, quem sabe, lavar os tornozelos, mas tinha certo receio de ir até lá sozinha. Ter aparecido de repente naquele porão ainda lhe deixaria nervosa sobre passear naquele lugar por algum tempo, mesmo que tivesse quase certeza de que o "teletransporte" era culpa da joia que Tanith lhe dera. Já não estava muito feliz em tê-la dentro de sua bolsa, no entanto ainda não era motivo o suficiente para descarta-la.
Por enquanto a musicista iria acompanhar o mercenário para encontrar a menina desaparecida, mas, talvez logo depois disso, poderia tentar convencê-lo a ir para o lado de fora, atrás da fonte de água.
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Post by moonlance on Jan 22, 2014 20:25:19 GMT -5
LunaraAquele pequeno cristal octaédrico, sempre que pensava nele, você tinha um calafrio...! Se é verdade que ele já lhe ajudou alguma vez na vida - além de satisfazer sua coleção é claro -, ao mesmo tempo, imagine se, durante o seu sono ou o seu banho... aquilo resolve levá-la sozinha de volta a lugares como aquele Porão sinistro... com aquelas 'coisas' de pedra perambulando livremente...?? Sem falar das brumas rastejantes e nojentas...!! Ainda assim, você decide manter a joia em sua bolsa............. mas não por muito tempo: assim que encontrasse Tanith, lhe perguntaria imediatamente a respeito dos riscos de possuir aquela gema mágica...! E outra coisa era certa: você não o daria para Virgo... mas também deixaria o cristal bem longe de você, quando fosse a ocasião de você ficar sozinha........................! VirgoVocê sobe rapidamente as escadas, e se encontra, novamente, no luxuoso aposento principal do chalet: a sala de estar...........! Engraçado: parecia que alguns móveis tinha se mudado e se movido de lugar durante a breve ausência de vocês...! Agora, uma grande mesa redonda se encontrava bem no centro da sala, e havia uma fina toalha branca bordada recobrindo o móvel, e bem no centro, um suporte com algumas frutas exóticas e de aspecto suculento; não muitas, mas o suficiente para umas 3 ou 4 pessoas provavelmente. Do lado direito, havia o balcão de madeira preta do bar, com placares ao fundo e estantes com diversas garrafas, e aquela pequena porta entreaberta, que dava para um lugar que parecia ser mais claro. Do lado direito, os sofás dispostos em torno da baixa mesa e frente à tradicional lareira; ao fundo, as grandes portas de correr de madeira com vidros quadriculados; parecia haver um esguio telescópio de médio porte na sacada - mas olhar para o quê? para um monte de névoas brancas para quase todas as direções? Virgo, de olho nas frutas, se lança para a mesa...! Ele nota, então, que havia um envelope selado bem em cima da mesa, isolado. As informações escritas sobre o envelope, com caneta-tinteiro azul, indicavam que o remetente da carta era Xerfos - um símbolo familar, em todo caso -, e que vocês eram os destinatários. Já vinha você esquecendo: Nenhum sinal e nenhuma resposta de Tanith...
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Post by JP Vilela on Jan 22, 2014 21:10:24 GMT -5
- Ahh... Lunara, tem.... uma carta aqui. - e aproximou-se da carta.
Ia pega-la com sua mão esquerda, como era de costume para um canhoto, mas desde aquele incidente com a maçaneta, meio que inconscientemente evitava interagir com objetos daquela casa com sua mão proficiente.
Passado o suspense daquele pedaço de papel explodir do nada ou decepar seus dedos, ou o atear fogo, logo segurou com as duas mãos e procurou ler seu conteúdo. Iria ler em voz alta para não precisar repetir nada para a moça.
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Post by moonlance on Jan 22, 2014 21:18:11 GMT -5
A carta dizia: "Meus caros viajantes de Outro Tempo,
Espero que estejam encontrando alguma paz em meu chalet suspenso; o café é servido todos os dias, somente de manhã às 7h30 e de tarde às 16h30, no entanto, sempre poderão dispôr de algumas frutas ao longo do dia e da noite - e de madrugada, dependendo de quais forem seus hábitos.
A princípio, penso que Tanith já explicou absolutamente tudo sobre a casa e seus arredores para vocês...! Mas, por via das dúvidas - já que a menina tem lá suas crises -, vou expôr novamente aqui algumas informações fundamentais para aproveitarem da melhor forma possível a pousada - e sem correr riscos a suas vidas!!! Então, peço singularmente perdão se por ventura tiveram alguma infelicidade inesperada; mas já fico muito contente se estiverem lendo minha carta.
Cuidados Especiais: 1) Infelizmente, o chalet é encantado com um sistema de segurança, de tal modo que nem todas as peças são actualmente acessíveis a partir de outras peças. Evidentemente, eu não encontrei tempo para resolver esses 'defeitos de design' ainda...! basicamente, quando construí o chalet energético, a função dele era muito diferente daquilo que vocês devem estar buscando - por isso, os atuais problemas e riscos de vivência prolongada e desavisada! Desculpem-me!
2) Desse modo, algumas peças - não lembro quais - só são acessíveis utilizando-se do Cristal Octaédrico, quando o mesmo está na cor Azul Ceruleano. Desse modo, NUNCA utilizem o dado - funciona como um dado de 8 faces, evidentemene! - se não estão buscando se dirigir para outras peças...!! O problema é que, com o passar dos séculos, a magia foi ficando instável, e não tive tempo de revisar - originalmente, o usuário e seus amigos podiam designar exatamente onde ir! Desse modo, ficou muito perigoso utilizar o Cristal Octaédrico, porque o meu Porão, por exemplo, foi dominado pelas forças do Caos...! Pensando bem, vocês poderiam me fazer um grande serviço, se consertassem o Porão para mim um dia desses...! Primeiro deveriam dar um jeito nas 'coisas de areia'; procurem falar então com Le Drain, o Iluminista, ele certamente saberia como lidar com aquilo definitivamente - mas seu humor é um pouco intempestivo, então sejam reservados mas sem aparentarem falsos...! Depois, claro, teriam que consertar a grade, evidentemente...! E ainda depois, bom... tem o problema do Cais, que fica mais em baixo; mas isso falaremos no próximo item.
3) Se um dia ficarem realmente cansados de viver na pousada, e quiserem viajar um pouco até a cidade civilizada da ilha, podem tentar reativar o Navio dos Ventos! O mesmo está atracado no meu Cais, mas há muito tempo não é utilizado e é possível que tenha alguma peça faltando ou desfuncional.............! Assim, se tiverem consertado o Porão, ou se tiverem a coragem de passar pelo Porão de qualquer jeito e chegar até o Cais, certifiquem-se de que está tudo em ordem com o Navio dos Ventos antes de usá-lo - ou poderia ser fatal! 4) NUNCA desçam o penhasco até o vale!! Muito menos quando escurece...! - Mas nunca desçam ao vale de qualquer jeito!
5) NUNCA ultrapassem as - e sobretudo nunca brinquem de se suspenderem nas - cercas do Jardim... vocês poderiam ser tragados por uma traiçoeira correnteza vinda do outro Domínio!
6) NUNCA se aventurem pelo Porão - exceto se tiverem assunto a tratar. E NUNCA passem do limite da grade do Porão sob hipótese alguma!!!
7) SEMPRE fechem a lareira do Hall! Não é que qualquer coisa consiga passar pelo selo mágico da lareira; mas por alguma razão misteriosa, os Golematoarenitoides conseguem!
8) NUNCA vão até a Torre do Caos!!! Nota: antigamente, se podia subir e descer tranquilamente, inclusive para se chegar até a pacata Cidade da Ilha, em baixo. Então, se quiserem a visitar um dia, nem pense em empregar o caminho da Torre...!! - usem o Navio dos Ventos, com as devidas precauções!
9) Se chegar mais alguém, recebam-no e expliquem as regras do chalet.
Sinto não poder visitá-los mais frequentemente; ando muito longe e muito ocupado esses dias; problemas da Ordem Elítpica. Desejo-lhes um bom século, e até muito em breve!!
Xerfos, 24º Eptalíptico, Abrorgraardt da IIª Era
PS: Ia quase me esquecendo: o Cristal Ceruleano geralmente só funciona 1 vez por dia...! Então, se não tiverem receio de usá-lo, não desperdicem-no! - especialmente quando viajam!
PS2: Lunara e Virgo, não se preocupem se virem uma marca arcana minha sobre seus corpos - onde quer que esteja! ela é invisível em geral -; é a garantia de que vocês são bem vindos no chalet. Normalmente, quem não é bem vindo, não recebe a marca, e é dissipado instantaneamente ao entrar.
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Post by JP Vilela on Jan 22, 2014 21:43:46 GMT -5
O mercenário começava a ler a carta, mas logo se arrependia de ter decidido ler todo o seu conteúdo em voz alta. Pelo menos Xerfos não escrevia de uma maneira tão complicada de entender quanto falava, ou com palavras rebuscadas além do simples vocabulário do caolho.
Ao narrar metade do conteúdo percebeu que sua garganta já estava seca, pigarreou e engoliu seco para lubrificar as cordas vocais e continuou lendo em voz alta com bastante atenção o conteúdo da carta.
Ao fim, ainda com o papel em mãos, olhava para Lunara, um tanto perdido.
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Post by Dona Ursa on Jan 22, 2014 21:53:20 GMT -5
A musicista chegou a vibrar ao perceber que estava certa sobre o malévolo cristal e também por agora saber o que deveria esperar daquele infeliz objeto. Era uma lástima que já tinha sido usado por aquele dia.
Ela também alegrou-se e uniu as mãos sobre o peito com esperança ao ouvir da possibilidade de se ir para uma cidade, era exatamente o que ela queria! Entretanto a esperança deixou totalmente seus olhos ao compreender o que era necessário se fazer para se ter acesso ao transporte que poderia lhe levar até lá. Sentiu a tristeza invadir seu peito, sentindo-se, de certo modo, presa àquele lugar depois de receber tantas regras e dificuldades de sair daquela casa.
- Século? - murmurou em desânimo, devolvendo um olhar deprimido para o mercenário - Esse... Ele está brincando conosco...?
Ter uma "marca mágica" escondida em algum lugar de seu corpo também não era nada agradável.
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Post by JP Vilela on Jan 22, 2014 22:05:41 GMT -5
Em sua mão direita, Virgo segurava com cuidado para não amassar todas aquelas informações que com certeza teria de reler para entender todas as regras descritas. Enquanto observava as costas de sua mão esquerda e aquela marca.
Sentia-se aliviado, e preocupado ao mesmo tempo... de uma maneira um tanto bizarra, em minutos tinham esbarrado com quase todos os perigos descritos no manuscrito, mas ser marcado não era algo muito reconfortante para o mercenário: Em Ashfall, escravos eram marcados para que todos soubessem a quem eles pertenciam.
- A esta altura... eu realmente não duvido de muita coisa que me digam... - desabafava enquanto com cuidado dobrava a carta e a guardava em um dos bolsos de sua algibeira.
Se dirigia a mesa para recolher uma fruta que parecesse ser a mais apetitosa, enquanto o fazia, completava:
- Bem, não sei quanto a você, mas eu tenho bem menos que um século para viver... e não quero ficar aqui esse tempo todo. - sorria, e logo dava uma mordida na fruta. Observava a moça. - Não fique triste. Vou dar um jeito de sairmos daqui... só preciso descansar um pouco antes... - suspirava.
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Post by Dona Ursa on Jan 22, 2014 22:22:54 GMT -5
- Eu não tenho nem um ano para desperdiçar em um lugar tão desolado. - sentou-se com elegância no sofá e cruzou as pernas, sentindo o corpo relaxar um pouco - Preciso recuperar tudo o que perdi logo. Tudo estava naquele navio... Eu... Não tenho mais nada... - tinha um olhar perdido e devastado, que fazia seus olhos brilharem mais do que o "normal", ao lembrar-se que todos seus bens agora eram os que tinha consigo, exatamente como quando saiu do mundo celestial para o terreno.
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Post by JP Vilela on Jan 22, 2014 22:32:43 GMT -5
"Sei como se sente em relação a isso", pensava em falar, já tinha perdido tudo, ou abandonado tudo, masi de uma vez em sua vida. Mas não sabia se seria convincente o bastante. Ao invés de falar besteira, sentou-se em um sofá próximo, e se acomodou para terminar aquele lanche.
Deveira estar cansado, deveria estar exausto, mas sua mente estava em um turbilhão de maquinações de como proceder a partir dali. Queria tomar um tempo para se recuperar de todos os traumas que seu corpo sofreu, mas não sabia se ira aguentar ver aquela moça triste daquele jeito todos os dias em que se recuperava. Talvez devesse dormir ali mesmo, naquela sala, e esperar Tanith aparecer alguma hora por causa da comida que ali seria servida. Mas por quem? Mais uma pergunta... que ótimo.
Olhava para o teto enquanto com as unhas fazia sons batendo contra o metal da maçã do cabo de sua espada, tentava relaxar seu corpo deixando sua respiração mais profunda.
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Post by Dona Ursa on Jan 23, 2014 9:02:17 GMT -5
- Mas é só eu sair daqui e darei um jeito nisso. E desta vez será inesquecível. - falava sozinha com um sorriso malicioso nos lábios enquanto agitava os dedos no ar.
Lunara levantou-se e foi até a mesa de frutas, pegando duas delas, as menores que encontrou, e guardando dentro da bolsa, que já estava cansando seu ombro por estar muito pesada.
- Talvez Tanith esteja no jardim. É definitivamente um bom lugar para se estar. - andou sem pressa até a porta do cômodo, determinada a, finalmente, investigar o ruído da água que ouvira antes - - Eu teria ido para lá. - parou e olhou para trás, observando se só aquelas palavras eram o suficiente para convencer o sujeito a lhe acompanhar.
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Post by JP Vilela on Jan 23, 2014 11:00:12 GMT -5
Virgo fechava seu olho funcional enquanto escutava a doce voz da moça falando sozinha, e lentamente coçava a pálpebra, em seguida puxando os fios de seu cabelo que estavam fora do lugar para trás.
- Vamos encontra-la então.... - Concordava não muito disposto. Levantava-se devagar.
Aproximava-se de Lunara para a seguir, caso encontrasse problemas... perguntava-se o que seria uma "traiçoeira correnteza vinda do outro Domínio". De qualquer maneira, iria lembrar-se de evitar as cercas do tal lugar. E não podia se esquecer que o biruta do Orc Louco estava solto por ai... se aquilo era uma ilha, alguma hora iriam dar de cara com aquele sujeito mais uma vez.
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Post by Dona Ursa on Jan 23, 2014 13:06:44 GMT -5
-Excelente. - saltitou pelos degraus da escadaria e se dirigiu até a entrada do chalé.
Sabia que o mercenário estava provavelmente muito mais cansado do que ela, no entanto julgava a necessidade de tirar os resíduos daquela magia profana que tocou seu corpo mais importante.
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Post by moonlance on Jan 23, 2014 14:14:05 GMT -5
Lunara sobressalta ao abrir por completo a porta da saída, e Virgo já ficava ansioso por mais alguma Surpresa......! Quando o mercenário se aproxima, ele entende a grande estupefação da moça: O Jardim estava diferente............ totalmente diferente, aliás...!! Em primeiro lugar, parecia ter reduzido - barbaramente - de tamanho....!! Tanto para os lados, como para a frente...! A única coisa que pelo visto não tinha mudado, era que havia um gramado verdejante por toda parte onde havia solo; no entanto, havia, bem no centro do Jardim, uma fonte branca de de água, com uma escultura ornamental bem no meio emitindo um chafaris de água azul..........! mais para as laterais do Jardim - mais ou menos como que descrevendo um grande círculo em torno da fonte, havia as tais 'cercas', de metal branco, com decorações vegetais, e diversas árvores alinhadas naquela faixa toda; mais a frente e ao fundo, vocês viam árvores enormes, retas e altas, regularmente alinhadas de forma perpendicular à direção do olhar de vocês a partir da entrada da casa...! A área toda não teria talvez mais do que 1.000 m²...! Vocês se lembram de ter caminhado um bocado até da última vez, trilhando bosques, morros riachos, estradinhas de pedra e cruzando postes de lamparinas a óleo.... Não havia mais nada daquilo ali agora...!! Não tudo aquilo fosse estranho demais para ser verdade, como vocês notam, com certo espanto, um par de pernas esticadas, saindo de um dos lados da fonte...!! Estaria alguém se afogando ali dentro.... Em todo caso, as pernas não se mexiam...! Era uma cena macabra, apesar de todo o aspecto vivaz e colorido do saudoso Jardim de Xerfos.
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