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Post by JP Vilela on Jan 25, 2014 17:45:03 GMT -5
O humano observava o Orc adentrar o chalet magico. Por um segundo pensou em ir alerta-lo dos perigos do lugar, mas era muito mais tentador permanecer na companhia da bela moça suspeita do que dividir o mesmo espaço com aquele biruta, então apenas suspirou em resposta. Esperava que o sujeito não perdesse uma mão como ele quase havia perdido.
- Como queira, senhorita.
Acompanhou a moça até a fonte e ficou parado de braços cruzados a alguns metros observando o que ela iria fazer. Aproveitava para respirar mais do ar fresco do local. Já tinha inspirado sua cota diária de mofo e brumas amaldiçoadas.
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Post by moonlance on Jan 25, 2014 18:51:30 GMT -5
Uma cama? A cama pra você é um tufo de arbusto na clareira de uma floresta, o solo firme gramado, ou alguns ramos de bambus podados amontoados paralelamente, feitos no mesmo dia para a mesma noite cada vez; não existia uma razão no mundo para você entrar numa casa como aquela, por mais luxuosa ou atraente que fosse. Conforto, você tinha no meio da natureza.
Logo, você fica parado balbuciando a poucos metros da frente da entrada do chalet, sem saber mais por que queria entrar nele em primeiro lugar. E também, não sentia sono ou cansaço estranhamente, mesmo depois de todas aquelas aventuras esquisitas.
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Post by moonlance on Jan 25, 2014 18:53:44 GMT -5
Lunara vê seu próprio reflexo deformado e em movimento agitado sobre a superfície daquela água azul profunda - o mesmo azul da água de antes... 'o mesmo azul do Cristal Octaédrico', você pensa de modo espontâneo.
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Post by Dona Ursa on Jan 25, 2014 19:27:40 GMT -5
Padma sorriu e tocou a superfície da água com a ponta dos dedos. A cor poderia lembrar aquele pequeno objeto um tanto irritante, mas era a mesma do rio que atravessaram antes e nada acontecera nem com o homem cinzento nem com o mercenário quando banharam-se nela, deveria ser seguro.
A musicista colocou-se sentada sobre a borda da fonte em que antes estava debruçada e, sem pressa nenhuma começou a desamarrar as tiras de uma de suas sandálias de couro, talvez elas também precisassem ser lavadas depois daquele encontro desagradável com as brumas. Cantarolava notas de alguma canção em um tom baixo enquanto removia as sandálias dos pés.
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Post by JP Vilela on Jan 25, 2014 19:41:57 GMT -5
O mercenário deu de ombros, parecia que ela iria demorar ali. Então retirou a bolsa que tinha nas costas e a usou como travesseiro, deitando-se naquele belo gramado. Era ainda muito estranho estar em um local tão bonito depois das horas que passou dentro do escuro, assombrado por monstros e atrasado pelas brumas malditas. Fechava os olhos e refazia seus passos desde que tinha acordado ali naquela "ilha". Era tão estranho, parece que estava saindo de um pesadelo, para um sonho, depois para o mesmo pesadelo e por fim, no sonho. Como se não estivesse acordado, mesmo que todas suas feridas o provassem que aquilo era tudo real. Respirava fundo, quando voltou a pensar no "porão" e no que Lunara tinha feito lá.
Agora que repetia o assunto, lembrava-se que ela tinha usado habilidades semelhantes em seu primeiro encontro com o humano. O que mais ela era capaz de fazer que Virgo não sabia? Teria ela tantos truques quanto Nyx? Sua curiosidade sobre os poderes da moça aumentava a cada segundo que refletia sobre o assunto. Podia ouvir-la continuando a se preparar para fazer seja lá o que faria naquela fonte. De onde estava, começou a conversar.
- O que você fez lá no "Porão" do Xerfos foi incrível, Lunara... - abria o olho funcional para espiar o que ela estava fazendo - ... Nunca vi algo do tipo.... - comentava tentando manter um tom amigável.
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Post by Dona Ursa on Jan 25, 2014 19:58:48 GMT -5
Baixou a bolsa, apoiando com todo o cuidado na lateral da fonte e sentindo-se aliviada ao tirar todo aquele peso de seu ombro. Em seguida soltou de seu tornozelo a tornozeleira de ouro que usava e que se esforçou tanto para garantir que não lhe fosse tirada mais cedo, guardando-a dentro de sua bolsa, bem no fundo para que ficasse protegida. Fazia isso enquanto ouvia o comentário do mercenário.
- Aquela planta o senhor está dizendo? - tinha um sorriso orgulhoso nos lábios enquanto virava-se para colocar os pés dentro da água de cor azul - - É tão bela a visão da natureza tentando sobreviver aos locais mais improváveis para sua existência... - disse a frase quase como se estivesse a cantando, ao mesmo tempo que colocava os pés com todo cuidado dentro da fonte e sentia a água gelada e refrescante tocar sua pele.
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Post by JP Vilela on Jan 25, 2014 20:10:52 GMT -5
Virgo tentou arrumar-se aonde estava, havia uma pedrinha onde havia deitado suas costas. Ouvia a resposta entonada na bela voz da moça, até onde ela iria lhe explicar?
- Foi magnífico! - elogiava - Como a senhorita aprendeu a operar tais... milagres?
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Post by Dona Ursa on Jan 25, 2014 20:32:44 GMT -5
- Milagres? - fez uma careta, achando muito exagerado o comentário dele - Milagre seria se eu fosse capaz de florir todo aquele porão. - comentou com um suspiro - Eu acho que já nasci sabendo.- esfregava a água em sua pele com sutileza e respondia à curiosidade do mercenário - É uma espécie de conexão com a natureza. O senhor nunca ouvir falar sobre pessoas com esse dom? - imaginou que um homem como ele não teria tanto conhecimento sobre o assunto e que poderia falar o que bem entendesse para o mercenário.
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Post by JP Vilela on Jan 25, 2014 21:04:59 GMT -5
- O que eu sei sobre a magia do mundo veio das histórias que minha mãe me contava quando era muito pequeno... e das histórias de marinheiros e pescadores bêbados. O lugar de onde vim é uma província sem muitos magos ou bruxos. Não é comum você ver qualquer tipo de dom como o seu. - Suspirava - Se por acaso me assustar com alguma de seus... dons... peço perdão adiantado. Uma musicista... e uma feiticeira, quem diria...
Sentia vontade de continuar bajulando a moça com elogios, mas nem parecia ele mesmo. Segurou aquele curioso impulso, e tentou prosseguir com sua pequena investigação.
- Seria falta de educação perguntar da onde a senhorita é? Nunca tinha visto alguém com esse tom de pele.
Era parecido com o pardo de algumas pessoas de Ashfall como ele, mas era um pouco mais avermelhado, de fato era uma etnia completamente nova para o mercenário.
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Post by Dona Ursa on Jan 25, 2014 22:46:46 GMT -5
- Feiticeira?- o termo usado por ele não tinha lhe agradado, Padma nunca se vira como uma feiticeira - Acho que estou muito longe de poder obter um título como esse. Na verdade não é um título que eu gostaria de ter. - terminou de esfregar os pés com dos dedos das mãos, ficando apenas balançando-os alegremente na superfície da água - Eu vim de Mahjarat em Kori, mas talvez o senhor não conheça nem mesmo tenha ouvido falar. Não há nada de interessante para ser lembrado em Mahjarat, a não ser por algumas pessoas muito poderosas. Ricas. É provável que seja muito distante de sua terra natal, já que não reconheci o nome quando mencionou mais cedo. - por um lado estava curiosa para saber até onde iriam aquelas perguntas que o mercenário resolvera lhe fazer, mas por outro o conteúdo tão superficial estava lhe deixando um tanto desinteressada. Ela pensava em fazer suas próprias perguntas, no entanto ainda não achava que era o momento certo.
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Post by JP Vilela on Jan 26, 2014 16:24:43 GMT -5
E de fato, nunca havia ouvido falar daqueles lugares. Devia ser de uma das terras que existiam depois do mar. Já havia ouvido histórias sobre enormes desertos e florestas quase sem fim. O que o surpreendia era o fato da moça falar o mesmo idioma dele.
- Aquela elfa que estava comigo, Nyx, ela era uma feiticeira... Eu achava que seus... "dons" funcionavam de maneira semelhante. - Comentou despreocupado - Se você é usuária de magia, mas não é feiticeira... do que devo chamar a senhorita quanto a seus "dons"?
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Post by Dona Ursa on Jan 26, 2014 18:48:02 GMT -5
- Aquela "elfa"? - repetiu pensativa enquanto olhava em direção ao céu, sem saber o que aquele nome significava - Oras, me chame de Lunara. Eu não preciso de um nome que classifique meus dons, ao menos que queria me chamar de musicista, ou dançarina. - respirou fundo, observando o próprio reflexo distorcido na água - - Não foi escolha minha ter esta ligação com a natureza. - escondia uma risadinha, percebendo que o mercenário pretendia tirar certas respostas dela, no entanto não fazia ideia de como obtê-las, pelo menos não de alguém como Lunara.
Com o pouco que tinha controle da habilidade em controlar água, puxou com um suave movimento de mão algumas gotas de dentro da fonte para acima da superfície, fazendo-as flutuarem à sua frente ao mesmo tempo em que retornava à cantarolar. Com um movimento de arco que fez com o braço, jogou as gotas na direção do rosto do mercenário enquanto ele não estava olhando, voltando rapidamente a atenção para o que estava fazendo, fingindo que nada havia acontecido.
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Post by JP Vilela on Jan 26, 2014 19:09:10 GMT -5
Virgo fez uma careta ao receber os respingos, estava descanando de olhos fechados. Com um movimento letárgico passou sua mão sobre sua pele úmida para ver que tipo de liquido se tratava, aparentemente, água. Sentou-se aonde estava e observou o ambiente. Nenhum sinal de Tanith, e estava começando a se incomodar com a ideia do Orc invadindo o chalet que foi lhe "presenteado" pelo bruxo, já imaginava o sujeito fazendo todo tipo de "coisa de orc" com o lugar...
Levantou-se , recolheu sua bolsa a jogando sobre o ombro que tinha menos feridas e foi se aproximando da fonte. Queria logo achar uma maneira de entrar naquelas portas ornamentadas, talvez existisse mais alguém além deles por ali.
- A senhorita só se encontrou com Tanith, eu ,Nyx e o Orc por aqui? Não viu mais alguém perambulando por esse lugar?
A cada momento que passava sem encontrar aquela pirralha, o ato de arrombar aquelas portas ia se tornando cada vez mais tentador.
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Post by moonlance on Jan 26, 2014 19:19:15 GMT -5
Bom, enquanto Petkas fica observando a casa e os seus arredores do Jardim, e ficava pensando naquelas vozes todas de sua mente confusa, Virgo e Lunara, que não estavam muito longe dele, concluem que Tanith não estava por ali - ou então, se estivesse, estava se escondendo muito bem...!! -, pois o local era um espaço aberto muito pequenino, diferente do que outrora. Passa pela mente daqueles 2 sujeitos conversantes que eles estavam realmente num Domínio mutável - se é que isso era possível...! A bela fonte de rocha clara, por exemplo, parecia bem real em todos os seus aspectos, mas não estivera ali a primeira vez que chegaram na casa. Se realmente tinha voltado para o mesmo espaço do Jardim, e este se transformou, vocês se perguntam quanto tempo aquilo levou para se transformar. Petkas, inclusive, enquanto olhava com um olhar meio apagado para trás, pensando agora sobre a cama de bambus que iria preparar para sua noite ao releito, sobressalta...!!! Petkas percebe que, não podia mais ver o bosque do qual tinha saído, e muito menos qualquer evidência de um matagal de bambus se elevando às alturas.............!! E pior de tudo: ele tinha a nítida impressão de que o lugar de onde ele tinha vindo não existia mais! e que é como se, atrás de uma fileira de árvores bem alinhadas - não acima de 50 m adiante - paralelamente ao horizonte, o imenso e suspeito penhasco, a beira de lá de onde todos vocês tinham surgido naquela clareira inicial, tinha 'avançado' sobre o Jardim.......! Uma pequeno desconforto começa a palpitar em seus corações.
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Post by Dona Ursa on Jan 26, 2014 20:30:21 GMT -5
- Mais alguém? - fitou o mercenário, tirando os pés de dentro da água - Por que me faz uma pergunta como esta? - indagou com um olhar decepcionado e entristecido, logo voltando para o trabalho de calçar as sandálias nos pés descontaminados - Sabe... Este jardim me causa um pouco de medo. E se ele resolver mudar enquanto estamos aqui? O que pode acontecer conosco?
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