Jet
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Post by Jet on Feb 4, 2012 22:43:12 GMT -5
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Post by yumi moony on Feb 5, 2012 19:31:59 GMT -5
Bom, eu ouvi hoje XD
Tirando o carinha/menina com voz fina (não sei quem era), as interrupções bruscas na entrevista com musiquinhas eu achei bacana.
Foi interessante ele ter abordado sobre cada série que tinha na revista e explicar porque elas tinhasm aquelas características, além de falar de modo geral de como a indústria de animes no japão estava atualmente (e sobre os otakus).
Ele tb citou o sucesso dos mangás coreanos e como eles conseguiram criar uma 'identidade' dentro do mangá.
Fora isso, tb falou do mercado dos quadrinhos aqui e porque eles escolheram o formato de almanaque pra Ação.
Além de outras coisas XD
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Post by moonlance on Feb 5, 2012 21:13:07 GMT -5
Acabei de ouvir.
O que acho que não dá pra esquecer, é que o ponto de vista apresentado pelo Lancaster sobre quadrinhos nessa entrevista é essencialmente um ponto de vista comercial.
Então, ele não demonstra estar interessado com as mudanças [revolucionárias do ponto de vista artístico, cultural e tecnológica] do mundo atual (isto é, enquanto tais mudanças não servirem para paga suas contas e para fazer negócios).
Então, essa é a realidade dele. Só que pra mim é uma visão do século passado.
Ele no começo expõe um problema que é o artista/autor "de final de semana". Ele diz que isso não dá certo (ou algo assim). Mas isso não é verdade. O que significa "dar certo"? Pra ele, "dar certo", é vender brinquedos com franquia, é o personagem e a história serem famosos no mundo todo, fazerem sucesso e gerarem verba decente para aqueles que trabalharam na concretização da obra. Em suma, uma visão de ascenção capitalista das obras de Arte. Ou seja, uma aberração artístico-autoral em 99,9% dos casos das produções culturais, na minha opinião.
Mas acredito que isso está mudando naturalmente. Essa visão capitalista tem que cair por terra, e os autores e artistas precisam entender que eles precisam criar para eles, para o mundo, e não para fazer sucesso. Porque quando você busca sucesso (através do sistema capitalista), você já está no caminho da corrupção de sua obra, quando não de sua própria alma e da almas do púlbico infeliz que terá de ler enlatados (e todo mundo sabe que comida industrializada faz mal pro organismo; comida espiritual enlatada faz igualmente tão mal para a saúde mental das pessoas).
Por outro lado, o entrevistado disse algo importante, ainda sobre esse assunto: e é que precisa criar e trabalhar MUITO para ser um mestre do ofício. O que ele omite, no entanto, é que o criador NÃO PRECISA ir trabalhar no mercado pra ganhar essa tal de "experiência profissional".
Então, fica muito claro, por essas e outras, que a visão dele é puramente comercial. Ele despreza aqueles que buscam caminhos alternativos. Assim sendo, ele desconsidera o fato que grandes autores, como Machado de Assis, escreveu o que ele escreveu, mas ele era servidor público para se sustentar. E isso é coisa lá no século XIX...!
Não é que considero errado o caso do criador brasileiro que quer ser um profissional das indústrias culturais nos dias de hoje. Apenas considero que é um caminho que hoje tem muito mais razões lógicas pra ser EVITADO do que seguido. Porque nem no Brasil, nem no Japão, nem nos EUA ou na França o artista não é visto como um lunático (e especialmente por quem lucra às custas deles).
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Post by Jet on Feb 8, 2012 10:02:01 GMT -5
Será que é tão pecaminoso ganhar pela obra que você faz? Eu gostaria de fazer uma história e ganhar por ela sim! Esse papinho de artista lembra muito o meu ex-socio do Estúdio Magyluzia. Dar o sangue, se esforçar e no final ficar contente em gastar uma nota e ser lido por 15 pessoas. Por isso ele é meu ex-socio!
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Post by moonlance on Feb 8, 2012 15:51:00 GMT -5
Será que é tão pecaminoso ganhar pela obra que você faz? Eu gostaria de fazer uma história e ganhar por ela sim! Esse papinho de artista lembra muito o meu ex-socio do Estúdio Magyluzia. Dar o sangue, se esforçar e no final ficar contente em gastar uma nota e ser lido por 15 pessoas. Por isso ele é meu ex-socio! Jet, talvez eu tenha passado a impressão de que é errado ganhar dinheiro com isso. Mas o que eu quero realmente dizer, é que eu me considero hoje muito mais como uma ex-vítima de uma determinada filosofia artístico-comercial, do que propriamente um ex-gladiador honrado e visionário. E é isso que espero ter mostrado com todas essas minhas observações Veja, se eu puder ser ainda mais preciso: não estou criticando o fato de ganhar dinheiro com sua obra (que é o seu trabalho); estou é criticando UMA MENTALIDADE, que eu considero extremamente nociva na maior parte dos casos. Uma idéia fixa (tipo a que matou Brás Cubas) que costuma afetar autores/artistas especialmente os profissionais. Porém, as artes (Quadrinhos, Cinema, Games, Animação, Cartum, Ilustração, Literatura e etc.) são um trabalho como qualquer outro; eu posso concordar com isso. Mas aí depende das condições. Por exemplo: se você vive no Brasil, não é bem assim para alguns desses ramos de atividade. Aliás, tem uma coisa interessante: o Sindicato dos Bancários na minha cidade tem um prédio INTEIRO só para ele (com até sala de cinema!). Já a classe dos artistas profissionais... muitos deles provavelmente nem sabem pra que serve um sindicato. Outros dão tanto o sangue no trabalho que pelo visto nem tempo e disposição têm pra pensar em outras coisas. E outros, simplesmente, ou não confiam e não levam a sério os próprios colegas de trabalho, ou não vêem relevância nesse tipo de atividade sindical para suas vidas profissionais, coletivas ou individuais. A arte sendo um trabalho como qualquer outro... ok. Mas o que os artistas/autores entendem DE TRABALHO pra início de conversa? Bem, no Brasil (um pais ainda socialmente atrasado), geralmente não muito.
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Post by moonlance on Feb 10, 2012 2:19:09 GMT -5
Bem, mais chato do que isso creio que não posso ser, Jet. xD
Mas quem sabe eu esteja generalizando demais. E quem sabe você, com suas diferentes habilidades, diferente ponto de vista e abordagem dos desafios que existem no mercado hoje, veja solução onde eu vejo essencialmente problema.
Por outro lado, se algo do que estou dizendo aqui fizer algum sentido, vale a pena refletir profundamente.
O que eu vejo, é que o mundo está mudando, muito mais rapidamente do que os autores/artistas. E o que são esses criadores, idealmente, senão visionários que enxergam além de seu próprio tempo?
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