Post by M. on Feb 16, 2012 9:46:06 GMT -5
Fala galera. Esse aqui é o roteiro da historia que eu iria usar no concurso da Ação Magazine. Como eu achava que tinha uma desenhista na época que fiz, eu tentei descrever o máximo possível pra facilitar nos desenhos.
Vou postar apenas uma descrição de personagem, acho que é a mais necessária:
Saci Pererê nível 05 – R$ 95,000
É uma completa distorção do Folclore. Alto, poderoso, imponente. É assim que se descreve um Saci os poucos valentes que ousaram cruzar seu caminho. Com corpo que lembra muito um gorila, o Saci mantêm uma única perna e o gorro vermelho, como contara a historia, mas sua velocidade e força são descomunais, e podem criar tornados devastadores com seus rugidos.
Criticas de qualquer gênero são bem vindas. u_u
____________________________________________________
Narração de Leonardo:
“Foram quatro dias de noite, o sol demorou muito mais do que o previsto para voltar. Os anjos enfrentaram os demônios em uma ultima batalha, e no final da quarta noite, seus restos mutilados foram jogados sobre nós como louvor de uma vitoria demoníaca. Sem um bem maior pra nos proteger, vimos nosso tão sonhado folclore, tornar-se nosso maior pesadelo. As criaturas que até então existiam apenas em nossa imaginação ganharam forma, força, e sede por sangue. Trinta anos se passaram, e a situação só piora, a única esperança que temos são os poucos mortais, que durante a chuva dos milagres, foram atingidos pelo que restava dos anjos, recebendo assim parte de seus poderes e memórias. Eu sou um deles... recebi os olhos do arcanjo general, Miguel. Os mesmos olhos que entre lagrimas, viu seu exercito da luz ser estraçalhado pelos cães do inferno. Não sei porque eu... não sei como as coisas andam fora do país... mas realmente, não importa mais...”
A narração é feita nas duas primeiras paginas, dando um tour pelo que restava da grande São Paulo, focando-se na marginal Tietê, em um dos lados, um transito, a mais de trinta anos parado. Carros velhos, mortos pelo tempo, a paisagem em volta é solitária, com ar de abandono.
“Qual é...”
O sol nascia no horizonte. O céu roxo, transformava-se em azul lentamente. Os prédios completamente envoltos por trepadeiras revelavam o que a muito era uma realidade, o nosso presente, já não passava de um feliz passado.
“Eu só precisava de mais alguns minutos!”
Bufava Leonardo, segundos antes de ser envolto por uma cortina de fumaça imensa. O cheiro da carne morta queimando obrigava o rapaz a proteger o rosto com a manga da blusa, e sentindo-se mais uma vez derrotado pelo sol, pulava do capô. O carro era uma Blazer que assim como os milhares de outros carros, parados naquela avenida era comida pela ferrugem, esquecida pelo tempo. A bota afundou em quase quatorze centímetros de um pó negro, mas logo, colocou-se a correr, sabia que se ficasse muito tempo ali sufocaria. Essa era a maior vantagem dos zumbis. Em “vida” não representavam muita ameaça, mesmo em bandos, mas quando eram atingidos pelo sol, ardiam, tornando-se cinzas que infestavam as cidades, deixando o ar quase irrespirável. Durante a cena, o rosto do personagem não fica explicito, apenas da boca para baixo.
O cenário muda. Lembrando muito um refeitório militar. Diversas mesas extensas, com algumas pessoas sentadas aleatoriamente, conversando. Era o refeitório de Primeira Esperança.
“Você tem sorte de sempre voltar vivo, mesmo como caçador, enfrentar uma horda de zumbis não é um trabalho que você deveria fazer sozinho!”
Bufava a garota ruiva, batendo as mãos contra a mesa de madeira, chamando a atenção de todos no lugar. Era Debora. Estava furiosa! Leonardo não reagia, mantinha aquele sorriso sem graça estampado no rosto, enquanto suas mãos protegiam o peito. Milhares de zumbis não causavam a menor reação no garoto, mas o simples elevar de voz de Debora, faria o mesmo tremer de cima abaixo.
“Olha... não foi nada demais, eu precisava do dinheiro. E tinha balas o sufi...”
“F*d*-s* as suas balas! Porque você tem que ser sempre tão egoísta?!
Gritou mais uma vez, avançando contra o rapaz, apoiando todo o corpo em seus braços, que por sua vez, apoiavam-se na mesa.
“Você sabe o que acontece com os caçadores que passam a noite na velha São Paulo! Se isso acontecer com você... eu... eu...”
“Eu não vou morrer”
Um sorriso confiante surgia na face do rapaz. Repousou a mão no ombro direito da garota. E no segundo depois era arremessado contra a mesa como em um golpe de Judô, a mesma caia aos pedaços.
“Eu não me importo! Só não suma com a minha moto novamente!”
Versão chibi de Leonardo, contorcendo-se, e gemendo.
“A-Ah... tu-tudo bem...”
A postura ameaçadora da garota sumia, e logo, a mesma voltava a falar, como se nada tivesse acontecido.
“Enfim... você ouviu os boatos?”
A versão chibi de Leonardo continua. Os seios de Debora parecem ganhar um destaque, enquanto o mesmo chibi “bate”, contra eles, como se fosse um desenho.
“Que você usa bojo? Você não usa né? No bolão me obrigaram a apostar que não...”
“Bolããããoooo?!!?!!”
A forma da jovem ruiva, transformava-se em demônio, que cuspindo fogo, jogava o corpo ainda chibi do garoto pela janela de vidro. Ao cair do lado de fora, o corpo de Leonardo volta ao normal, e o mesmo encontra-se aos pés de um novo personagem. Nichollas. Tinha um sorriso no rosto, e logo punha-se a falar.
“Você não deveria ter contado isso pra ela”
“Qualé deu pra ouvir daqui?”
“É claro, com vocês gritando desse jeito, acho que a fortificação inteira ouviu. Entretanto... eu queria falar sobre isso com você...”
Nichollas estendia um folheto a Leonardo, e quando o mesmo o pegará, era possível ler o seguinte anuncio:
“Vigília obrigatória a todos os caçadores de Classe B+. Um Saci foi avistado nas redondezas da fortificação, precisamos de todos os reforços possíveis. Hoje, assim que o sol deitar, formem grupos nas três áreas de defesa. Contamos com a colaboração de todos, atenciosamente sua princesa” – Imagem chibi de uma garotinha, mandando beijo, com um coraçãozinho –
“Essa v*di* acha que pode fazer qualquer coisa não é...?”
Resmungava Leonardo, finalmente colocando-se de pé, enquanto fitava o panfleto.
“E ela pode... é por isso que ela é a nossa princesa.”
A voz de Debora tomava o lugar, fazendo Leonardo esconder-se o mais rápido possível atrás do corpo do amigo. Espiando por cima de seu ombro.
“Era isso que eu tava tentando falar! Ter um caçador tão experiente por perto, vai ser uma ajuda e tanto...”
Dizia a garota, cruzando os braços em frente a Nichollas, ainda um tanto emburrada.
“Esta dizendo que eu sou um bom caçador?”
A pergunta do garoto era acompanhado de um sorriso largo.
“Não f*d*...”
Disse, bufando, virando o rosto de lado. A cena era vista por Nichollas, que acompanhava tudo com o velho sorriso, de quem acha graça de tudo.
“Enfim... eu topo! Preciso mesmo do dinheiro, e aquele Saci será meu!”
Explodia o garoto em um animo sobrenatural, com os olhos brilhando e as mãos para o alto, realmente empolgado. Era observado pelos chibis de Nichollas e Debora.
“Não vai ser tão fácil assim bonitão, todos querem aquela recompensa, e matar um Saci não é para qualquer um.”
Explicava Debora, colocando o dedo a frente do rosto, como se pedisse para o mesmo ter calma.
“Sem contar que também estaremos nessa caçada, no que depender de mim, essa recompensa já é minha!”
Era a vez de Nichollas falar, mostrando parte da sua espada, apoiada no ombro, ainda presa a bainha.
“Então essa noite é cada um por si...? Legal... isso torna tudo um pouco mais desafiador”
Sorria Leonardo enquanto falava. Empolgado.
“Bem, eu não planejava lutar ao lado de vocês mesmo, só espero que não morram”
Falava Debora, pondo-se a andar, acenando de costas para os rapazes.
“Sabe que eu adoro trabalhar com você cara, mas... um desafio é um desafio.”
Explicava Nichollas, enquanto andava pelo lado oposto a Debora, ambos, deixando Leonardo sozinho.
“Não é um desafio quando já sabemos quem vai ganhar!”
O rapaz ainda gritava animado, quando a sombra de uma senhora gorda surgia em suas costas. E logo, o erguia pela camisa. Leonardo mais uma vez é transformado em Chibi, enquanto é erguido.
“Você achou mesmo que ia fugir depois de quebrar minha mesa e janela Léo?”
“Eu sabia que estava esquecendo de algo...”
O chibi demonstra claramente medo.
– A cena muda novamente. –
Já era tarde da noite, e diversos caçadores se encontravam presentes, na praça principal da fortificação, de frente para um enorme muro que separava a cidade do resto da floresta. A praça contava com uma pequena fonte no centro, algumas casas velhas com telhados de palha, e o chão de concreto. A parte visível do muro, não passa de um grande vão negro. Leonardo caminha entre os outros caçadores de cabeça baixa, contando algumas moedas, grande parte do dinheiro ganho na noite passada, teria sido perdido com os gastos do refeitório.
“Droooogaaa... não sobro quase nada”
O bracelete de Leonardo reage, junto com o de todos os outros caçadores. – Pagina Dupla a seguir:
A visão é do chão para o céu. O protagonista é mostrado de baixo para cima, junto com alguns outros caçadores. Sua mão repousa sobre o coldre em sua cintura, e as moedas antes em sua mão, estão espalhadas no chão em sua volta. O topo do muro ganha destaque, o Saci encontra-se lá, apoiando seus dois braços. O céu era estrelado, e a lua cheia.
“Agora a porr* fico seria...”
Sussurrava Leonardo. Fim da pagina dupla –
O Saci pulava do muro, caindo entre os caçadores em uma velocidade descomunal, os mesmos ainda surpresos não esboçam reação. Apenas alguns com armas em mãos. A fera rugi para o alto, e logo, um furacão surge envolto a seu corpo, o mesmo começa a sugar os caçadores, e as coisas ao redor. A cena mostra os pés de Leonardo sendo arrastados pelo chão lentamente, enquanto o mesmo dobrava um pouco os joelhos, tentando manter-se firme no chão. Suas mãos repousam sobre as pistolas, quando seu óculos é sugado pelo vento, revelando o mesmo estar todo esse tempo de olhos fechados. Seus olhos se abrem, suas pupilas são envolvidas por uma cor vermelha, e Leonardo demonstra certo desconforto, conseguindo ouvir todos os pensamentos e rezas que os soldados a sua volta fariam. O rapaz sacou sua pistola, ainda com sofreguidão e disparou contra o tornado, aparentemente de maneira aleatória. A cena a seguir, mostra apenas o gorro da criatura indo ao ar, baleado, enquanto o quadro seguinte, mostra Debora e Nichollas, olhando para o céu, vendo o furacão ao longe, revelando estarem em outras áreas de vigília, coisas aleatórias como: Telhados, rodas de madeira e sacolas são mostradas ao fundo, sendo sugadas também. Leonardo passa a sorrir confiante, vendo o tornado se desfazer, assim que a criatura encontrava-se sem seu gorro. O Saci o encarava, bufando nervoso. Uma chuva de caçadores ocorre durante isso. Ambos partem um para cima do outro, Leonardo com ambas as pistolas na mão, se esquiva perfeitamente dos golpes da fera, demonstrando claramente, estar prevendo todos os seus movimentos, estava concentrado, fitando os olhos do Saci, lendo naquele momento apenas sua mente. O Saci o ataca: Pela esquerda, direita duas vezes, juntando ambas as mãos no alto e as descendo com violência contra o corpo do rapaz, afim de esmagá-lo. O pensamento de Leonardo:
“Desculpa galera, um Saci... um vencedor...”
Durante o ultimo golpe da criatura, Leonardo apenas dando dois passos para frente e apoiando seu joelho no chão, colocou-se entre os braços da fera, apontando ambas as pistolas para dentro de sua boca. No quadro seguinte, apenas o sorriso sádico do rapaz aparece. O som do disparo é ouvido, e uma mancha de sangue enorme tinge o chão, ao lado do gorro.
– A cena muda. O trio de caçadores anda pela bagunça da fortificação, com Leonardo no meio, novamente de cabeça baixa, desanimado.
“Quem diria que aquele tornado causaria tanta bagunça, mesmo estando tão longe”
Dizia Nichollas, com sua espada presa a cintura. A cena a seguir, transformava todos os três em chibis. Debora e Nichollas colados um ao outro com cara de deboche e uma das mãos tampando a boca. Leonardo caído de quatro, com lagrimas escorrendo.
“E quem diria que todo prejuízo causado pela fera, teria que ser pago pela pessoa que a derrotou”
Falou Debora Chibi. Repentinamente, Leonardo segura as mãos de Debora, enquanto a mesma corava com os olhos esbugalhados. Nichollas também surpreso com a súbita aproximação do amigo, afastava-se do casal.
“Debbie... tem algo, que eu quero ti falar a muito tempo... e só entendi que precisava ser dito, ontem... quando eu quase...”
“O-o que.. que... que... que...?”
A cena é focada nos olhos do casal. Os de Debora mostra surpresa e estar completamente envolvida. E os de Leonardo serenos. Quando repentinamente, na cena seguinte ambos tornam-se chibis. Explicando:
“Naquela noite na velha São Paulo, eu acabei sendo encurralado por alguns zumbis, e tive que usar sua moto como explosivo pra poder fugir... o que eu guardei no seu deposito foi só uns pedaços de metal que eu achei por ai. Sinto muito... eu juro que ia pagar, mas a confusão no refeitório... e agora a reforma da fortificação... bem... eu to duro”
Debora chibi ficava com um sorriso bobo no rosto. Ainda corada. Sua franja escondia seus olhos. A ultima pagina, mostra Leonardo chibi, caído com diversos galos na cabeça, e lagrimas escorrendo de seus olhos, com Nichollas e Debora afastando-se. Debora ainda aparentava estar furiosa, enquanto Nichollas com uma das mãos em seus ombros olha pra trás, sorrindo confiante.
“Bem... seria pedir demais que você amadurecesse em uma única noite não é? Pelo menos... você ainda é um ótimo caçador.”
No fundo mostra alguns moradores passando, observando o corpo caído de Leonardo, curiosos, algumas crianças apontando e rindo. Casas e o sol no céu azul, completam o ultimo cenário.
FIM
Vou postar apenas uma descrição de personagem, acho que é a mais necessária:
Saci Pererê nível 05 – R$ 95,000
É uma completa distorção do Folclore. Alto, poderoso, imponente. É assim que se descreve um Saci os poucos valentes que ousaram cruzar seu caminho. Com corpo que lembra muito um gorila, o Saci mantêm uma única perna e o gorro vermelho, como contara a historia, mas sua velocidade e força são descomunais, e podem criar tornados devastadores com seus rugidos.
Criticas de qualquer gênero são bem vindas. u_u
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Hunter
Narração de Leonardo:
“Foram quatro dias de noite, o sol demorou muito mais do que o previsto para voltar. Os anjos enfrentaram os demônios em uma ultima batalha, e no final da quarta noite, seus restos mutilados foram jogados sobre nós como louvor de uma vitoria demoníaca. Sem um bem maior pra nos proteger, vimos nosso tão sonhado folclore, tornar-se nosso maior pesadelo. As criaturas que até então existiam apenas em nossa imaginação ganharam forma, força, e sede por sangue. Trinta anos se passaram, e a situação só piora, a única esperança que temos são os poucos mortais, que durante a chuva dos milagres, foram atingidos pelo que restava dos anjos, recebendo assim parte de seus poderes e memórias. Eu sou um deles... recebi os olhos do arcanjo general, Miguel. Os mesmos olhos que entre lagrimas, viu seu exercito da luz ser estraçalhado pelos cães do inferno. Não sei porque eu... não sei como as coisas andam fora do país... mas realmente, não importa mais...”
A narração é feita nas duas primeiras paginas, dando um tour pelo que restava da grande São Paulo, focando-se na marginal Tietê, em um dos lados, um transito, a mais de trinta anos parado. Carros velhos, mortos pelo tempo, a paisagem em volta é solitária, com ar de abandono.
“Qual é...”
O sol nascia no horizonte. O céu roxo, transformava-se em azul lentamente. Os prédios completamente envoltos por trepadeiras revelavam o que a muito era uma realidade, o nosso presente, já não passava de um feliz passado.
“Eu só precisava de mais alguns minutos!”
Bufava Leonardo, segundos antes de ser envolto por uma cortina de fumaça imensa. O cheiro da carne morta queimando obrigava o rapaz a proteger o rosto com a manga da blusa, e sentindo-se mais uma vez derrotado pelo sol, pulava do capô. O carro era uma Blazer que assim como os milhares de outros carros, parados naquela avenida era comida pela ferrugem, esquecida pelo tempo. A bota afundou em quase quatorze centímetros de um pó negro, mas logo, colocou-se a correr, sabia que se ficasse muito tempo ali sufocaria. Essa era a maior vantagem dos zumbis. Em “vida” não representavam muita ameaça, mesmo em bandos, mas quando eram atingidos pelo sol, ardiam, tornando-se cinzas que infestavam as cidades, deixando o ar quase irrespirável. Durante a cena, o rosto do personagem não fica explicito, apenas da boca para baixo.
O cenário muda. Lembrando muito um refeitório militar. Diversas mesas extensas, com algumas pessoas sentadas aleatoriamente, conversando. Era o refeitório de Primeira Esperança.
“Você tem sorte de sempre voltar vivo, mesmo como caçador, enfrentar uma horda de zumbis não é um trabalho que você deveria fazer sozinho!”
Bufava a garota ruiva, batendo as mãos contra a mesa de madeira, chamando a atenção de todos no lugar. Era Debora. Estava furiosa! Leonardo não reagia, mantinha aquele sorriso sem graça estampado no rosto, enquanto suas mãos protegiam o peito. Milhares de zumbis não causavam a menor reação no garoto, mas o simples elevar de voz de Debora, faria o mesmo tremer de cima abaixo.
“Olha... não foi nada demais, eu precisava do dinheiro. E tinha balas o sufi...”
“F*d*-s* as suas balas! Porque você tem que ser sempre tão egoísta?!
Gritou mais uma vez, avançando contra o rapaz, apoiando todo o corpo em seus braços, que por sua vez, apoiavam-se na mesa.
“Você sabe o que acontece com os caçadores que passam a noite na velha São Paulo! Se isso acontecer com você... eu... eu...”
“Eu não vou morrer”
Um sorriso confiante surgia na face do rapaz. Repousou a mão no ombro direito da garota. E no segundo depois era arremessado contra a mesa como em um golpe de Judô, a mesma caia aos pedaços.
“Eu não me importo! Só não suma com a minha moto novamente!”
Versão chibi de Leonardo, contorcendo-se, e gemendo.
“A-Ah... tu-tudo bem...”
A postura ameaçadora da garota sumia, e logo, a mesma voltava a falar, como se nada tivesse acontecido.
“Enfim... você ouviu os boatos?”
A versão chibi de Leonardo continua. Os seios de Debora parecem ganhar um destaque, enquanto o mesmo chibi “bate”, contra eles, como se fosse um desenho.
“Que você usa bojo? Você não usa né? No bolão me obrigaram a apostar que não...”
“Bolããããoooo?!!?!!”
A forma da jovem ruiva, transformava-se em demônio, que cuspindo fogo, jogava o corpo ainda chibi do garoto pela janela de vidro. Ao cair do lado de fora, o corpo de Leonardo volta ao normal, e o mesmo encontra-se aos pés de um novo personagem. Nichollas. Tinha um sorriso no rosto, e logo punha-se a falar.
“Você não deveria ter contado isso pra ela”
“Qualé deu pra ouvir daqui?”
“É claro, com vocês gritando desse jeito, acho que a fortificação inteira ouviu. Entretanto... eu queria falar sobre isso com você...”
Nichollas estendia um folheto a Leonardo, e quando o mesmo o pegará, era possível ler o seguinte anuncio:
“Vigília obrigatória a todos os caçadores de Classe B+. Um Saci foi avistado nas redondezas da fortificação, precisamos de todos os reforços possíveis. Hoje, assim que o sol deitar, formem grupos nas três áreas de defesa. Contamos com a colaboração de todos, atenciosamente sua princesa” – Imagem chibi de uma garotinha, mandando beijo, com um coraçãozinho –
“Essa v*di* acha que pode fazer qualquer coisa não é...?”
Resmungava Leonardo, finalmente colocando-se de pé, enquanto fitava o panfleto.
“E ela pode... é por isso que ela é a nossa princesa.”
A voz de Debora tomava o lugar, fazendo Leonardo esconder-se o mais rápido possível atrás do corpo do amigo. Espiando por cima de seu ombro.
“Era isso que eu tava tentando falar! Ter um caçador tão experiente por perto, vai ser uma ajuda e tanto...”
Dizia a garota, cruzando os braços em frente a Nichollas, ainda um tanto emburrada.
“Esta dizendo que eu sou um bom caçador?”
A pergunta do garoto era acompanhado de um sorriso largo.
“Não f*d*...”
Disse, bufando, virando o rosto de lado. A cena era vista por Nichollas, que acompanhava tudo com o velho sorriso, de quem acha graça de tudo.
“Enfim... eu topo! Preciso mesmo do dinheiro, e aquele Saci será meu!”
Explodia o garoto em um animo sobrenatural, com os olhos brilhando e as mãos para o alto, realmente empolgado. Era observado pelos chibis de Nichollas e Debora.
“Não vai ser tão fácil assim bonitão, todos querem aquela recompensa, e matar um Saci não é para qualquer um.”
Explicava Debora, colocando o dedo a frente do rosto, como se pedisse para o mesmo ter calma.
“Sem contar que também estaremos nessa caçada, no que depender de mim, essa recompensa já é minha!”
Era a vez de Nichollas falar, mostrando parte da sua espada, apoiada no ombro, ainda presa a bainha.
“Então essa noite é cada um por si...? Legal... isso torna tudo um pouco mais desafiador”
Sorria Leonardo enquanto falava. Empolgado.
“Bem, eu não planejava lutar ao lado de vocês mesmo, só espero que não morram”
Falava Debora, pondo-se a andar, acenando de costas para os rapazes.
“Sabe que eu adoro trabalhar com você cara, mas... um desafio é um desafio.”
Explicava Nichollas, enquanto andava pelo lado oposto a Debora, ambos, deixando Leonardo sozinho.
“Não é um desafio quando já sabemos quem vai ganhar!”
O rapaz ainda gritava animado, quando a sombra de uma senhora gorda surgia em suas costas. E logo, o erguia pela camisa. Leonardo mais uma vez é transformado em Chibi, enquanto é erguido.
“Você achou mesmo que ia fugir depois de quebrar minha mesa e janela Léo?”
“Eu sabia que estava esquecendo de algo...”
O chibi demonstra claramente medo.
– A cena muda novamente. –
Já era tarde da noite, e diversos caçadores se encontravam presentes, na praça principal da fortificação, de frente para um enorme muro que separava a cidade do resto da floresta. A praça contava com uma pequena fonte no centro, algumas casas velhas com telhados de palha, e o chão de concreto. A parte visível do muro, não passa de um grande vão negro. Leonardo caminha entre os outros caçadores de cabeça baixa, contando algumas moedas, grande parte do dinheiro ganho na noite passada, teria sido perdido com os gastos do refeitório.
“Droooogaaa... não sobro quase nada”
O bracelete de Leonardo reage, junto com o de todos os outros caçadores. – Pagina Dupla a seguir:
A visão é do chão para o céu. O protagonista é mostrado de baixo para cima, junto com alguns outros caçadores. Sua mão repousa sobre o coldre em sua cintura, e as moedas antes em sua mão, estão espalhadas no chão em sua volta. O topo do muro ganha destaque, o Saci encontra-se lá, apoiando seus dois braços. O céu era estrelado, e a lua cheia.
“Agora a porr* fico seria...”
Sussurrava Leonardo. Fim da pagina dupla –
O Saci pulava do muro, caindo entre os caçadores em uma velocidade descomunal, os mesmos ainda surpresos não esboçam reação. Apenas alguns com armas em mãos. A fera rugi para o alto, e logo, um furacão surge envolto a seu corpo, o mesmo começa a sugar os caçadores, e as coisas ao redor. A cena mostra os pés de Leonardo sendo arrastados pelo chão lentamente, enquanto o mesmo dobrava um pouco os joelhos, tentando manter-se firme no chão. Suas mãos repousam sobre as pistolas, quando seu óculos é sugado pelo vento, revelando o mesmo estar todo esse tempo de olhos fechados. Seus olhos se abrem, suas pupilas são envolvidas por uma cor vermelha, e Leonardo demonstra certo desconforto, conseguindo ouvir todos os pensamentos e rezas que os soldados a sua volta fariam. O rapaz sacou sua pistola, ainda com sofreguidão e disparou contra o tornado, aparentemente de maneira aleatória. A cena a seguir, mostra apenas o gorro da criatura indo ao ar, baleado, enquanto o quadro seguinte, mostra Debora e Nichollas, olhando para o céu, vendo o furacão ao longe, revelando estarem em outras áreas de vigília, coisas aleatórias como: Telhados, rodas de madeira e sacolas são mostradas ao fundo, sendo sugadas também. Leonardo passa a sorrir confiante, vendo o tornado se desfazer, assim que a criatura encontrava-se sem seu gorro. O Saci o encarava, bufando nervoso. Uma chuva de caçadores ocorre durante isso. Ambos partem um para cima do outro, Leonardo com ambas as pistolas na mão, se esquiva perfeitamente dos golpes da fera, demonstrando claramente, estar prevendo todos os seus movimentos, estava concentrado, fitando os olhos do Saci, lendo naquele momento apenas sua mente. O Saci o ataca: Pela esquerda, direita duas vezes, juntando ambas as mãos no alto e as descendo com violência contra o corpo do rapaz, afim de esmagá-lo. O pensamento de Leonardo:
“Desculpa galera, um Saci... um vencedor...”
Durante o ultimo golpe da criatura, Leonardo apenas dando dois passos para frente e apoiando seu joelho no chão, colocou-se entre os braços da fera, apontando ambas as pistolas para dentro de sua boca. No quadro seguinte, apenas o sorriso sádico do rapaz aparece. O som do disparo é ouvido, e uma mancha de sangue enorme tinge o chão, ao lado do gorro.
– A cena muda. O trio de caçadores anda pela bagunça da fortificação, com Leonardo no meio, novamente de cabeça baixa, desanimado.
“Quem diria que aquele tornado causaria tanta bagunça, mesmo estando tão longe”
Dizia Nichollas, com sua espada presa a cintura. A cena a seguir, transformava todos os três em chibis. Debora e Nichollas colados um ao outro com cara de deboche e uma das mãos tampando a boca. Leonardo caído de quatro, com lagrimas escorrendo.
“E quem diria que todo prejuízo causado pela fera, teria que ser pago pela pessoa que a derrotou”
Falou Debora Chibi. Repentinamente, Leonardo segura as mãos de Debora, enquanto a mesma corava com os olhos esbugalhados. Nichollas também surpreso com a súbita aproximação do amigo, afastava-se do casal.
“Debbie... tem algo, que eu quero ti falar a muito tempo... e só entendi que precisava ser dito, ontem... quando eu quase...”
“O-o que.. que... que... que...?”
A cena é focada nos olhos do casal. Os de Debora mostra surpresa e estar completamente envolvida. E os de Leonardo serenos. Quando repentinamente, na cena seguinte ambos tornam-se chibis. Explicando:
“Naquela noite na velha São Paulo, eu acabei sendo encurralado por alguns zumbis, e tive que usar sua moto como explosivo pra poder fugir... o que eu guardei no seu deposito foi só uns pedaços de metal que eu achei por ai. Sinto muito... eu juro que ia pagar, mas a confusão no refeitório... e agora a reforma da fortificação... bem... eu to duro”
Debora chibi ficava com um sorriso bobo no rosto. Ainda corada. Sua franja escondia seus olhos. A ultima pagina, mostra Leonardo chibi, caído com diversos galos na cabeça, e lagrimas escorrendo de seus olhos, com Nichollas e Debora afastando-se. Debora ainda aparentava estar furiosa, enquanto Nichollas com uma das mãos em seus ombros olha pra trás, sorrindo confiante.
“Bem... seria pedir demais que você amadurecesse em uma única noite não é? Pelo menos... você ainda é um ótimo caçador.”
No fundo mostra alguns moradores passando, observando o corpo caído de Leonardo, curiosos, algumas crianças apontando e rindo. Casas e o sol no céu azul, completam o ultimo cenário.
FIM