Post by Dona Ursa on May 6, 2012 22:18:13 GMT -5
Capitulo 1: O estrangeiro
Parte 1: O Ataque dos Lobos
O vento gelado e ríspido soprava ferozmente pelas planícies esbranquiçadas por espessas camadas de neve. Uma carruagem danificada movia-se lentamente na mesma direção do vento. Três homens tentavam manter dois pobres cavalos seguindo a estrada já consumida pela neve, enquanto lutavam para protegerem a si mesmos do frio que arranhava seus rostos como milhares de pequenas lâminas invisíveis.
Ao iniciar a jornada, a comitiva contava com sete soldados e quatro cavalos, no entanto, há poucas horas atrás, haviam sido vitimas de um ataque impiedoso de saqueadores inescrupulosos, que certamente já estavam esperando especificadamente por eles em tocaia. Quatro homens haviam perdido suas vidas na tentativa desesperada de proteger a carga que transportavam em sigilo.
Apesar da lastimável perda, eles haviam conseguido salvar aquilo que estavam transportando para seu rei, embora os homens que sobraram estavam feridos e cansados.
Sabiam que não poderiam parar para descansar, pois a temperatura naquele trecho era tão baixa que provavelmente apenas pioraria suas condições.
Um uivo pode ser ouvido de algum lugar mais próximo do que gostariam que fosse. Um segundo uivo foi escurado. E outro. E mais outro.
Eles estavam cercados.
- - -
A condição do clima, a neblina causada pelo forte vento soprando a neve e fazendo-a viajar pelo ar na direção do rosto, certamente impedia que um viajante enxergasse qualquer coisa em sua frente. Por que alguém viajaria em tais condições?
Havia um homem que se atrevia a andar por aquelas terras congeladas e inóspitas sozinho. Um estrangeiro, de cabelos louro-escuros que estavam quase que completamente cobertos por um manto de um vermelho desbotado que estava enrolado em todo seu rosto, deixando apenas seus peculiares olhos e algumas mechas do cabelo expostas ao castigo da neve.
O vento estava uivando incessantemente, mas não era só ele.
Havia uma matilha de lobos próxima. Lobos famintos a espera de qualquer ser vivo que pudesse lhes servir de refeição.
O misterioso estrangeiro se adiantou e aumentou sua velocidade, indo mais para a direção leste, a matilha provavelmente estava vindo pelo oeste. Ao seguir por este caminho ele pode ouvir o som do relinchar de um cavalo. Ele não estava sozinho. O som vinha mais a frente e mais para o lado oeste, justamente a direção dos animais...
O misterioso homem seguiu os sons do cavalo e encontrou em seu caminho uma carruagem em mau estado sendo puxada por dois cavalos cansados e mais a frente havia três homens que vestiam armaduras metálicas e mantos de pele de animal. Empunhavam espadas em suas mãos, estavam esperando os lobos, mas estava claro de que não faziam ideia alguma da direção em que viriam. Tentavam prestar atenção em todos os lados, mas nem haviam sido capazes de perceber a presença do estranho logo atrás da carruagem. Se aproximando cada vez mais.
- - -
Os três bravos soldados estavam apavorados com a situação, não conseguiam enxergar muito além da extensão de seus braços. Não seriam capazes de ouvir a aproximação dos animais, o barulho do vento era muito forte e os uivos já tinham sessado.
Os lobos tinham seguido por outra direção? Ou estavam os cercando, apenas esperando o momento mais oportuno para pularem sobre suas vitimas.
Algo se moveu à esquerda. Tinha a altura de um lobo. Com certeza era um. Os homens se viraram na direção do vulto oculto pela nevasca e não perceberam quando um outro lobo pulou na direção de suas costas.
Quando dois dos homens viraram na direção do lobo que estava atacando já era tarde demais, ele estava em pleno ar, com as garras e presas na mira do pescoço do homem que estava no meio dos outros dois. Então algo aconteceu. O lobo pareceu perder a velocidade em pleno ar e ter a trajetória mudada, tendo o peso do próprio corpo jogado para sua esquerda e caindo no chão. Quando os homens se deram conta do que havia acontecido, perceberam que havia uma flecha atravessada no crânio do animal.
Alguém havia acertado uma flecha na cabeça do animal em movimento mesmo com todo aquele vento!
Mas não havia tempo para sequer raciocinar algo sobre o ocorrido, os demais lobos perceberam que seu companheiro havia sido abatido e foram ao ataque. O soldado mais alto conseguiu acertar o pescoço do lobo que estava mais a frente, mas logo ao lado vinha um segundo. No próximo instante, tudo o que aquele homem conseguiu ver foi algo de um vermelho desbotado atravessar a sua frente e interceptar o animal. Uma lâmina brilhante atravessou o ar e a cabeça de um lobo desprendeu-se do corpo e foi jogada para longe.
Um homem que jamais haviam visto antes estava não só os ajudando, mas também os protegendo. Quem ele era? Por que estava se arriscando para ajudar aqueles homens?
Um a um os lobos foram vencidos. O homem com o manto vermelho desbotado havia dado conta da maior parte deles sozinho, os soldados, juntos, haviam se livrado de apenas um terço dos lobos. Eles nem conseguiam acreditar que haviam saído ilesos daquela situação. E era tudo graça ao homem que havia surgido do nada... Um homem que era muito mais habilidoso do que os cavaleiros que juravam proteger o rei.
- Senhor. – aproximou-se o soldado mais velho dentre o trio – Somos muito gratos por ter nos ajudado nesta situação. Estamos feridos e cansados, e o senhor nos salvou, devemos-lhes nossas vidas.
O misterioso forasteiro virou-se para ele, seu olhar era inexpressivo, vazio... Mas não era isso que alarmou os cavaleiros, mas sim seus olhos peculiares, cada qual de uma cor diferente.
Apesar da dificuldade de se enxergar direito sob toda aquela neve e vento, os dois olhos eram diferentes demais para passarem despercebidos. O olho esquerdo era claro, parecia ser um tom esverdeado, porém o outro... Poderia aquilo ser natural?
O olho direito era de um vermelho vivo e assustador.
O estrangeiro curvou o corpo para os soldados, em um gesto de submissão. Não sabiam o que havia de errado com aquele homem, porém sabiam que ele havia os salvado e que se fosse alguém atrás da carga que estavam levando para o rei, teria os deixado tornarem-se a refeição daqueles animais famintos.
Notas: Escrevi o texto em uma hora e não revisei, então está sujeito a vários problemas, desde erro de português até estupidez no enredo LOL
Parte 1: O Ataque dos Lobos
O vento gelado e ríspido soprava ferozmente pelas planícies esbranquiçadas por espessas camadas de neve. Uma carruagem danificada movia-se lentamente na mesma direção do vento. Três homens tentavam manter dois pobres cavalos seguindo a estrada já consumida pela neve, enquanto lutavam para protegerem a si mesmos do frio que arranhava seus rostos como milhares de pequenas lâminas invisíveis.
Ao iniciar a jornada, a comitiva contava com sete soldados e quatro cavalos, no entanto, há poucas horas atrás, haviam sido vitimas de um ataque impiedoso de saqueadores inescrupulosos, que certamente já estavam esperando especificadamente por eles em tocaia. Quatro homens haviam perdido suas vidas na tentativa desesperada de proteger a carga que transportavam em sigilo.
Apesar da lastimável perda, eles haviam conseguido salvar aquilo que estavam transportando para seu rei, embora os homens que sobraram estavam feridos e cansados.
Sabiam que não poderiam parar para descansar, pois a temperatura naquele trecho era tão baixa que provavelmente apenas pioraria suas condições.
Um uivo pode ser ouvido de algum lugar mais próximo do que gostariam que fosse. Um segundo uivo foi escurado. E outro. E mais outro.
Eles estavam cercados.
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A condição do clima, a neblina causada pelo forte vento soprando a neve e fazendo-a viajar pelo ar na direção do rosto, certamente impedia que um viajante enxergasse qualquer coisa em sua frente. Por que alguém viajaria em tais condições?
Havia um homem que se atrevia a andar por aquelas terras congeladas e inóspitas sozinho. Um estrangeiro, de cabelos louro-escuros que estavam quase que completamente cobertos por um manto de um vermelho desbotado que estava enrolado em todo seu rosto, deixando apenas seus peculiares olhos e algumas mechas do cabelo expostas ao castigo da neve.
O vento estava uivando incessantemente, mas não era só ele.
Havia uma matilha de lobos próxima. Lobos famintos a espera de qualquer ser vivo que pudesse lhes servir de refeição.
O misterioso estrangeiro se adiantou e aumentou sua velocidade, indo mais para a direção leste, a matilha provavelmente estava vindo pelo oeste. Ao seguir por este caminho ele pode ouvir o som do relinchar de um cavalo. Ele não estava sozinho. O som vinha mais a frente e mais para o lado oeste, justamente a direção dos animais...
O misterioso homem seguiu os sons do cavalo e encontrou em seu caminho uma carruagem em mau estado sendo puxada por dois cavalos cansados e mais a frente havia três homens que vestiam armaduras metálicas e mantos de pele de animal. Empunhavam espadas em suas mãos, estavam esperando os lobos, mas estava claro de que não faziam ideia alguma da direção em que viriam. Tentavam prestar atenção em todos os lados, mas nem haviam sido capazes de perceber a presença do estranho logo atrás da carruagem. Se aproximando cada vez mais.
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Os três bravos soldados estavam apavorados com a situação, não conseguiam enxergar muito além da extensão de seus braços. Não seriam capazes de ouvir a aproximação dos animais, o barulho do vento era muito forte e os uivos já tinham sessado.
Os lobos tinham seguido por outra direção? Ou estavam os cercando, apenas esperando o momento mais oportuno para pularem sobre suas vitimas.
Algo se moveu à esquerda. Tinha a altura de um lobo. Com certeza era um. Os homens se viraram na direção do vulto oculto pela nevasca e não perceberam quando um outro lobo pulou na direção de suas costas.
Quando dois dos homens viraram na direção do lobo que estava atacando já era tarde demais, ele estava em pleno ar, com as garras e presas na mira do pescoço do homem que estava no meio dos outros dois. Então algo aconteceu. O lobo pareceu perder a velocidade em pleno ar e ter a trajetória mudada, tendo o peso do próprio corpo jogado para sua esquerda e caindo no chão. Quando os homens se deram conta do que havia acontecido, perceberam que havia uma flecha atravessada no crânio do animal.
Alguém havia acertado uma flecha na cabeça do animal em movimento mesmo com todo aquele vento!
Mas não havia tempo para sequer raciocinar algo sobre o ocorrido, os demais lobos perceberam que seu companheiro havia sido abatido e foram ao ataque. O soldado mais alto conseguiu acertar o pescoço do lobo que estava mais a frente, mas logo ao lado vinha um segundo. No próximo instante, tudo o que aquele homem conseguiu ver foi algo de um vermelho desbotado atravessar a sua frente e interceptar o animal. Uma lâmina brilhante atravessou o ar e a cabeça de um lobo desprendeu-se do corpo e foi jogada para longe.
Um homem que jamais haviam visto antes estava não só os ajudando, mas também os protegendo. Quem ele era? Por que estava se arriscando para ajudar aqueles homens?
Um a um os lobos foram vencidos. O homem com o manto vermelho desbotado havia dado conta da maior parte deles sozinho, os soldados, juntos, haviam se livrado de apenas um terço dos lobos. Eles nem conseguiam acreditar que haviam saído ilesos daquela situação. E era tudo graça ao homem que havia surgido do nada... Um homem que era muito mais habilidoso do que os cavaleiros que juravam proteger o rei.
- Senhor. – aproximou-se o soldado mais velho dentre o trio – Somos muito gratos por ter nos ajudado nesta situação. Estamos feridos e cansados, e o senhor nos salvou, devemos-lhes nossas vidas.
O misterioso forasteiro virou-se para ele, seu olhar era inexpressivo, vazio... Mas não era isso que alarmou os cavaleiros, mas sim seus olhos peculiares, cada qual de uma cor diferente.
Apesar da dificuldade de se enxergar direito sob toda aquela neve e vento, os dois olhos eram diferentes demais para passarem despercebidos. O olho esquerdo era claro, parecia ser um tom esverdeado, porém o outro... Poderia aquilo ser natural?
O olho direito era de um vermelho vivo e assustador.
O estrangeiro curvou o corpo para os soldados, em um gesto de submissão. Não sabiam o que havia de errado com aquele homem, porém sabiam que ele havia os salvado e que se fosse alguém atrás da carga que estavam levando para o rei, teria os deixado tornarem-se a refeição daqueles animais famintos.
Notas: Escrevi o texto em uma hora e não revisei, então está sujeito a vários problemas, desde erro de português até estupidez no enredo LOL