Post by quiof on May 7, 2012 6:58:40 GMT -5
ocês sabiam que a quinta edição do Morning International Comics Competition (MICC), concurso de quadrinhos promovido pela editora Kodansha, premiou o artista brasileiro Manguinha com a segunda colocação por sua obra entitulada 'Over the Rainbow' ?
Em breve, o mangá estará disponível para leitura no próprio site do MICC ( morningmanga.com/micc/result5th_e.html ) . Mas enquanto aguardamos para conhecer melhor a história de Over the Rainbow, nós da Japan Sunset fizemos uma breve entrevista com o autor para que vocês possam conhecer um pouco mais sobre ele também.
Japan Sunset: Quando você começou a desenhar? Como surgiu esse interesse?
Manguinha: Desde uns 6 anos. Na época em que começou a passar Cavaleiros Do Zodíaco na Manchete, eu tentava criar meus próprios cavaleiros e imitar os desenhos do Masami Kurumada.
JS: E a sua família te incentivou a continuar desenhando?
M: Minha família sempre me apoiou, até nas empreitadas mais idiotas.
JS: Você tem algum mangaká em quem você se inspira?
M: Meu mangaká preferido é o Oda, mas como autor de quadrinhos no geral, me inspiro bastante no Alan Moore.
JS: Alguém te ajudou a fazer o roteiro ou a arte do Over the Rainbow ou você fez tudo sozinho?
M: Fiz tudo sozinho. Mas eu mostrava pela internet cada página que terminava para alguns amigos de confiança que são bem críticos, e eles me falavam se tinha algo errado. O apoio deles me serviu de bastante ajuda para eu ter certeza se estava no caminho certo.
JS: Como surgiu a idéia para a história?
M: A ideia surgiu em... na verdade eu não me lembro exatamente.
Eu comecei a analisar todos os vencedores das edições passadas, e tentei pegar ver paradigmas que se repetiam naquelas histórias. Foi muito rápido e automático: quando eu decidi participar do concurso, simplesmente veio a ideia. Mas, mesmo assim, eu fiquei mudando pequenos detalhes do roteiro a cada dia em que produzia as páginas da história.
JS: Quanto tempo durou a produção do mangá?
M: Demorou uns 20 dias para produzir as 40 páginas. Fiz tudo de última hora, mandei pelo correio no último dia do prazo.
JS: E como você ficou sabendo do Morning International Comics Competition (MICC)?
M: Eu já conhecia o concurso por alto: dois colegas que estudaram comigo na Casa de Quadrinhos, aqui em BH, (Damasceno e Garrocho dos Quadrinhos Rasos) já tinham ficado entre os finalistas da 3° Edição, mas quem me indicou foi uma amiga através de uma comunidade do Orkut.
Só decidi participar mesmo no último mês do prazo faltando pouco mais de 20 dias.
JS: Você já havia participado de outras competições do gênero?
M: No começo do mesmo ano eu tinha participado do da editora Barba Negra, mas não fiquei nem entre os finalistas.
JS: Como foi a sensação de ser o segundo colocado numa competição internacional?
M: Foi uma surpresa enorme, eu fiz a história mais para testar o que eu conseguiria fazer num prazo tão curto e para ver um Feedback de algum editor do Japão. Claro que dei meu máximo para conseguir vencer, porém eu achei que não ficaria entre os vencedores, só sabia que com certeza estaria entre os finalistas pelo resultado final de como tinha ficado o Mangá.
A sensação é de uma grande alegria misturada com uma responsabilidade maior ainda, agora tenho obrigação de tentar fazer o melhor Mangá que minha cabeça conseguir criar.
JS: Você pode dar uma dica pra quem gostaria ou está pensando em participar do MICC também?
M: Seja único e interessante.
JS: Você pretende continuar a história de Over the Rainbow?
M: Não, ela foi feita para ser um Oneshot. Na verdade ela é um Spin-Off da próxima história que vou tentar fazer.
JS: Você gostaria de ter seu mangá publicado no Brasil? Você acha que existe mercado para autores nacionais?
M: Depende do Mangá. Over The Rainbow deve sair para ler online no site da MICC e já fico bem contente com isso. Mas ficaria muito feliz se uma futura história minha fosse publicada aqui.
Consumidor é claro que existe. Porém o Mercado daqui está numa incógnita. Autores bons sabemos que aqui tem, o que parece faltar é gente competente para guiá-los e para ajudar a fazer um produto que atinja o público.
Mas parece que em breve algo muito de bom pode acontecer.
JS: Que dica você daria pra quem está começando agora, mas gostaria de fazer um mangá no futuro?
M: Ler menos Mangás, menos quadrinhos, ver menos filmes, ler menos livros. Se for para consumir arte que te inspire, procure pelas coisas mais inusitadas e que sejam mais ligadas a você. Vocês devem tentar adquirir uma ótica única sobre tudo, ser extremamente crítico sobre suas obras e as dos outros.
E principalmente; Estar SEMPRE produzindo algo!
Quando digo algo não estou falando de rabiscos, e sim de idéias próprias, roteiros, characters designs e até histórias próprias mesmo que sejam horríveis. Um autor precisa treinar desde cedo sua mente a ficar num estado automático de criação e produção.
JS: Você já está pensando em uma próxima história?
M: Tenho muitas ideias na gaveta, estou produzindo agora um Mangá que vou viabilizar e tentar publicar na Morning. Não sei se posso falar muito sobre ele, mas é basicamente um Shounen Steampunk com uma pitada Seinnen. Vou tentar fazer dessa história algo único para o público japonês.
Pode ser que não dê certo com esse, mas aí eu tento com outro.
JS: Você gostaria de deixar algum recado pra quem estiver lendo essa entrevista?
M: Queria falar com todos vocês que querem se tornar autores:
Vocês deveriam também correr atrás de viabilizar seus quadrinhos, seja em concursos do Japão, ou mandando para Editoras dos EUA, França, ou publicando de forma idependente aqui. Não importa o meio, o importante é parar de ficar se lamentando e produzir!
Eu estou seguindo meu caminho e tentando mostrar para o mundo que sou capaz de fazer uma história fantástica que será lembrada, vocês deveriam fazer o mesmo. Ou pelo menos tentar.
É isso aí pessoal! Queremos agradecer ao Manguinha por ter nos cedido essa entrevista e esperamos que ela motive todos vocês a continuar correndo atrás de seus sonhos!
Para saber mais sobre o MICC, acessem: morningmanga.com/micc/index.html
Em breve, o mangá estará disponível para leitura no próprio site do MICC ( morningmanga.com/micc/result5th_e.html ) . Mas enquanto aguardamos para conhecer melhor a história de Over the Rainbow, nós da Japan Sunset fizemos uma breve entrevista com o autor para que vocês possam conhecer um pouco mais sobre ele também.
Japan Sunset: Quando você começou a desenhar? Como surgiu esse interesse?
Manguinha: Desde uns 6 anos. Na época em que começou a passar Cavaleiros Do Zodíaco na Manchete, eu tentava criar meus próprios cavaleiros e imitar os desenhos do Masami Kurumada.
JS: E a sua família te incentivou a continuar desenhando?
M: Minha família sempre me apoiou, até nas empreitadas mais idiotas.
JS: Você tem algum mangaká em quem você se inspira?
M: Meu mangaká preferido é o Oda, mas como autor de quadrinhos no geral, me inspiro bastante no Alan Moore.
JS: Alguém te ajudou a fazer o roteiro ou a arte do Over the Rainbow ou você fez tudo sozinho?
M: Fiz tudo sozinho. Mas eu mostrava pela internet cada página que terminava para alguns amigos de confiança que são bem críticos, e eles me falavam se tinha algo errado. O apoio deles me serviu de bastante ajuda para eu ter certeza se estava no caminho certo.
JS: Como surgiu a idéia para a história?
M: A ideia surgiu em... na verdade eu não me lembro exatamente.
Eu comecei a analisar todos os vencedores das edições passadas, e tentei pegar ver paradigmas que se repetiam naquelas histórias. Foi muito rápido e automático: quando eu decidi participar do concurso, simplesmente veio a ideia. Mas, mesmo assim, eu fiquei mudando pequenos detalhes do roteiro a cada dia em que produzia as páginas da história.
JS: Quanto tempo durou a produção do mangá?
M: Demorou uns 20 dias para produzir as 40 páginas. Fiz tudo de última hora, mandei pelo correio no último dia do prazo.
JS: E como você ficou sabendo do Morning International Comics Competition (MICC)?
M: Eu já conhecia o concurso por alto: dois colegas que estudaram comigo na Casa de Quadrinhos, aqui em BH, (Damasceno e Garrocho dos Quadrinhos Rasos) já tinham ficado entre os finalistas da 3° Edição, mas quem me indicou foi uma amiga através de uma comunidade do Orkut.
Só decidi participar mesmo no último mês do prazo faltando pouco mais de 20 dias.
JS: Você já havia participado de outras competições do gênero?
M: No começo do mesmo ano eu tinha participado do da editora Barba Negra, mas não fiquei nem entre os finalistas.
JS: Como foi a sensação de ser o segundo colocado numa competição internacional?
M: Foi uma surpresa enorme, eu fiz a história mais para testar o que eu conseguiria fazer num prazo tão curto e para ver um Feedback de algum editor do Japão. Claro que dei meu máximo para conseguir vencer, porém eu achei que não ficaria entre os vencedores, só sabia que com certeza estaria entre os finalistas pelo resultado final de como tinha ficado o Mangá.
A sensação é de uma grande alegria misturada com uma responsabilidade maior ainda, agora tenho obrigação de tentar fazer o melhor Mangá que minha cabeça conseguir criar.
JS: Você pode dar uma dica pra quem gostaria ou está pensando em participar do MICC também?
M: Seja único e interessante.
JS: Você pretende continuar a história de Over the Rainbow?
M: Não, ela foi feita para ser um Oneshot. Na verdade ela é um Spin-Off da próxima história que vou tentar fazer.
JS: Você gostaria de ter seu mangá publicado no Brasil? Você acha que existe mercado para autores nacionais?
M: Depende do Mangá. Over The Rainbow deve sair para ler online no site da MICC e já fico bem contente com isso. Mas ficaria muito feliz se uma futura história minha fosse publicada aqui.
Consumidor é claro que existe. Porém o Mercado daqui está numa incógnita. Autores bons sabemos que aqui tem, o que parece faltar é gente competente para guiá-los e para ajudar a fazer um produto que atinja o público.
Mas parece que em breve algo muito de bom pode acontecer.
JS: Que dica você daria pra quem está começando agora, mas gostaria de fazer um mangá no futuro?
M: Ler menos Mangás, menos quadrinhos, ver menos filmes, ler menos livros. Se for para consumir arte que te inspire, procure pelas coisas mais inusitadas e que sejam mais ligadas a você. Vocês devem tentar adquirir uma ótica única sobre tudo, ser extremamente crítico sobre suas obras e as dos outros.
E principalmente; Estar SEMPRE produzindo algo!
Quando digo algo não estou falando de rabiscos, e sim de idéias próprias, roteiros, characters designs e até histórias próprias mesmo que sejam horríveis. Um autor precisa treinar desde cedo sua mente a ficar num estado automático de criação e produção.
JS: Você já está pensando em uma próxima história?
M: Tenho muitas ideias na gaveta, estou produzindo agora um Mangá que vou viabilizar e tentar publicar na Morning. Não sei se posso falar muito sobre ele, mas é basicamente um Shounen Steampunk com uma pitada Seinnen. Vou tentar fazer dessa história algo único para o público japonês.
Pode ser que não dê certo com esse, mas aí eu tento com outro.
JS: Você gostaria de deixar algum recado pra quem estiver lendo essa entrevista?
M: Queria falar com todos vocês que querem se tornar autores:
Vocês deveriam também correr atrás de viabilizar seus quadrinhos, seja em concursos do Japão, ou mandando para Editoras dos EUA, França, ou publicando de forma idependente aqui. Não importa o meio, o importante é parar de ficar se lamentando e produzir!
Eu estou seguindo meu caminho e tentando mostrar para o mundo que sou capaz de fazer uma história fantástica que será lembrada, vocês deveriam fazer o mesmo. Ou pelo menos tentar.
É isso aí pessoal! Queremos agradecer ao Manguinha por ter nos cedido essa entrevista e esperamos que ela motive todos vocês a continuar correndo atrás de seus sonhos!
Para saber mais sobre o MICC, acessem: morningmanga.com/micc/index.html
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