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Post by fittsherck on Feb 27, 2013 19:59:43 GMT -5
Fala pessoal, Retorno com mais um trecho do meu livro o qual existem erros que gostaria de saber quem vai encontrar. na verdade não estou falando de erros de português ou concordância. Falo de erros cometidos pela personagem, no que diz respeito em sua forma de pensar. Forçando a reflexão por parte do leitor. Este trecho retrata em parte, um dos temas que estou trabalhando na obra. Dei todas as explicações nos comentários da página no facebook, mas não vale filar, ok? Em breve, retornarei para dar os detalhes. Segue o trecho; Tratamento em um ramili DRO: 0290 Data: 08/03/2143 (Sexta-feira) Assunto: Tratamento em um ramili
Já era bem tarde quando assumi o plantão da madrugada. Estes são os piores horários porque não há qualquer movimento do lado de fora e as vezes dá um pouco de medo.
Um homem entrou procurando pela doutora Marina e ao me ver, deu meia volta e saiu. Não era um homem e sim um ramili. Até hoje lidei com essa situação de forma passiva porque sempre tive muito mais com o que me preocupar, como era o caso dos trabalhos da faculdade. Mas a verdade é que já estava cheia disso, e como tenho muito tempo livre, levantei e fui atrás para saber qual era a dele.
Corri até pega-lo pela mão. Ele olhou para mim assustado e tentou se soltar. Mas eu segurei firme encarando-o nos olhos de forma a mostrar quem é que manda. Nesta hora percebi que ele estava sangrando e verifiquei um profundo corte em seu braço. Então o conduzi de volta ao hospital.
Parecia já conhecer os procedimentos quando mesmo sem nada falar, sentou na maca e puxou a manga da camisa. Enquanto fazia a sutura, perguntei por que veio ao hospital, em vez de procurar a clínica que cuida exclusivamente dos ramilis. Ainda desconfiado, respondeu saber que a Marina não tem problemas em cuidar deles e pro isso preferiu procura-la.
Pedi que tirasse a camisa e percebi que além do corte no braço, tinha pequenas queimaduras nas costas. Ele reagia de forma evasiva sempre que o tocava. Então perguntei por que tinha medo de mim. Desta vez a resposta foi o silêncio.
Após os curativos, entreguei alguns remédios e informei que não tenho autorização para tratar de ramilis, mas que não teria qualquer problema em fazê-lo. Só pedi que, caso possível, ele ou qualquer dos outros trabalhadores me procurassem nos horários da noite ou madrugada.
E principalmente, não tenham medo de mim.
Ele vestiu a camisa e falou: “Obrigado, Kalyn.” E sendo eu assim... “tão famosa”, disse que seria injusto que não soubesse o seu nome. Então respondeu se chamar Victor e foi embora.
Victor... não lembro de tê-lo visto antes. Muita gente tem preconceito com ramilis e não sei o motivo, afinal, na minha opinião eles não diferem dos humanos em nada. Eu particularmente não tenho preconceito com ramilis. Eles que tem comigo.
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Post by fittsherck on Mar 17, 2013 10:04:29 GMT -5
Segue mais um trecho postado esta semana. Lembrando que não estão na ordem. Como uma bactéria pode destruir um mundo inteiro? A história é contada em detalhes no primeiro livro que escrevi em 1998, e citada na minha atual obra. Espero que gostem: A bactéria que destruiu o mundo: DRO: 0488 Data: 17/05/2145 (Segunda-feira) Assunto: K-59
De uns tempos pra cá o número de atendimentos na clínica veio caindo, tendendo a normalização. Semana passada passei dois plantões sem qualquer atendimento e já me acendeu o sinal de alerta. Será que vou me formar bióloga e ficarei por fim, praticamente sem trabalho?
Porém, a realidade agora é diferente, uma vez que posso trabalhar também com pesquisa, bastando escolher um tópico e obter autorização dos conselhos. Tendo minhas raízes na medicina, não poderia deixar de pensar no que leva os ramilis a simplesmente morrerem por volta dos três ou quatro anos. Seria isso uma espécie de doença? Haveria uma possibilidade de cura?
Era necessário entender o que se passa em seus organismos durante este período e assim, desde a última semana, venho recolhendo amostras de sangue de todos os ramilis que aparecem para reintegração, e comparando os resultados com os indivíduos saudáveis.
Gyasi percebeu o que estava fazendo e apressou os meus resultados dizendo que os ramilis morrem porque as enzimas param de funcionar, causando falência múltipla de órgãos. É uma deficiência genética resultante do processo de escrituração do DNA a qual até hoje, ninguém conseguiu corrigir. Ela completou dizendo que houve muitas tentativas de tratar essa anomalia, mas sem sucesso. Porém, um tratamento específico promete resolver todas as deficiências dos ramilis, mas por motivos óbvios, na opinião dela, ninguém teve coragem de testar.
Ela me convida à câmara de armazenamento de materiais biológicos, que possui um setor exclusivo para espécimes perigosos, e no mais frio e seguro cofre do Maedro está guardada uma pequenina capsula contendo um reluzente líquido azul. Trata-se da bactéria K-59, responsável por dizimar praticamente toda a população do nosso mundo.
Quase todas as pessoas expostas a este micro-organismo morreram em menos de uma semana. O pânico se generalizou até a descoberta de um antibiótico que se acreditou capaz de conter o avanço da doença. Mas descobriram que as mortes na verdade ocorriam por conta da reação exagerada do organismo em se livrar do corpo estranho, e as pessoas que sobreviveram, foram infectadas por uma variação ou evolução da bactéria, que era menos agressiva do que sua forma original.
Ela mudou sua estrutura para continuar sobrevivendo e uma vez alojada no corpo das pessoas, forçava nelas, rápida mutação com o objetivo de assegurar a sobrevivência do organismo. Tais alterações eram praticamente imperceptíveis, embora alguns indivíduos apresentassem queda de cabelos, manchas na pele e outros efeitos indesejáveis. Mas o estado de saúde de uma forma geral melhorou, como se a nova variação da bactéria tivesse de alguma forma sido assimilada pelos organismos e reforçado seus sistemas imunológicos.
O problema voltou a ser visto como grave quando as novas crianças a nascer apresentaram todo o tipo de alteração congênita. Mutações resultantes da modificação genética causada pela exposição a K-59. Cor da pele, fisiologia, estrutura óssea, tudo o que se puder imaginar. Pensou-se na época em sacrificar as crianças mutantes, mas o tema dividiu opiniões porque elas representavam 70 a 80% dos nascimentos além de serem extremamente saudáveis, apesar das diferenças físicas. Então resolveram sacrificar apenas aquelas que apresentassem o que chamaram de “deficiências severas”.
Tal medida continuou a ser controversa e a população de Kasye se dividiu entre os que apoiavam e os que repudiavam as iniciativas em resposta ao novo problema. Não sabemos o que aconteceu depois, e não foi preciso perguntar que a K-59 ou alguma variação dela, deu a exótica tonalidade dos meus olhos. É certo dizer que todas trazemos em nossos genes, alterações causadas pela exposição a este micro-organismo, mas apenas eu manifesto isso fisicamente. E se foi por conta das mutações que fugimos de Kasye, não seria nenhuma surpresa que sofresse qualquer tipo de discriminação.
Eu sofri muito com isso!
Em todo caso, existe há muitos anos, uma pauta autorizada para o uso da K-59, com o objetivo de testes em ramilis, para tentar desta forma curar suas deficiências ao mesmo tempo em que controlam as mutações com um soro desenvolvido para tal. Mas se algo der errado, a K-59 pode sofrer alterações, se espalhar e acabar matando todo mundo, ou pior...
Por isso que entra biólogo e sai biólogo, e ninguém tem coragem de fazer testes com esse material. A Gyasi é só mais um caso.
Daqui a dois meses me formarei e poderei assumir este projeto, mas não preciso esperar tanto para decidir...
Nem morta eu vou trabalhar com a K-59.
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Post by fittsherck on May 4, 2013 11:24:58 GMT -5
Segue mais um trecho da estória. Gostaria muito de trazer o conteúdo inteiro. Infelizmente não é possível, uma vez que são muitos sites e posts para acompanhar e manter. Interessados em acompanhar a obra, pode seguir os links para inclusive, verificar as ilustrações produzidas pelo nosso amigo Shiko. Selena... espancada e estuprada.DRO: 0883 Data: 18/12/2146 (Domingo) Assunto: Selena... espancada e estuprada.
Sempre que um ramili morre antes do período de reintegração, o mesmo é enviado para a clínica a fim de que seja feita a necropsia. É um procedimento simples. Basta confirmar a identidade, digitar a data da entrada com a causa da morte e despachar.
Desta vez chegou o corpo de uma fêmea chamada Selena. Ramili doméstica do Edgar. Já é a sua segunda que chega morta no intervalo de um ano e meio. Por mim, tanto faz. Enquanto ele tiver dinheiro pra gastar comprando ramilis domésticos, não vai me fazer qualquer diferença.
Talvez a grande maioria dos ramilis seja macho para compensar a falta de homem no Maedro. No início provavelmente, algumas tripulantes adquiriram ramilis domésticos para tentar satisfazer necessidades além das tarefas diárias. Mas apesar de possuírem aparência adulta e agirem como tal, todos eles são biologicamente como crianças de dois ou três anos, ou seja, não passaram pela puberdade e não possuem libido.
Este detalhe não parece fazer diferença para alguns homens que adquirem ramilis fêmeas e as estupram toda hora. Com certeza não é por falta de mulher, mas provavelmente nenhuma mulher de verdade toparia o que eles forçam as ramilis a fazer.
Particularmente eu acho nojento. Mas tendo muito o que fazer, dispensei qualquer exame. Simplesmente anotei a mesma causa de morte da última que veio pra cá antes da hora: “múltiplos traumatismos causados por espancamento”. Antes de despachar o corpo, puxei a coberta só para ver o rosto, quando tomei o maior susto da minha vida.
A Selena é igual a mim!
Foi como olhar no espelho e me ver toda machucada. O Edgar mandou criar uma ramili igual a mim e fez o que quis com ela. Pois agora vai ter que me ouvir...
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Post by kadoshi on May 21, 2013 12:26:49 GMT -5
nossa vc escreve muito bem.. estava lendo os trechos postados no face e acabei percebendo que fiquei preso pelo enrredo hahaha muito bom parabens.. agora vou voltar la p ler mais.. hehe quando acabar dou um feedback.. ate logo
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Post by fittsherck on May 21, 2013 21:31:22 GMT -5
Olá Kadoshi.
Obrigado!
Note que no blog é possível acompanhar a estória organizada por capítulos, contando inclusive com muitas correções ortográficas, uma vez que o Face não permite editar os textos.
Eu passei boa parte do dia de hoje trabalhando nos capítulos finais. E note que as ilustrações postadas pertencem ao colega aqui do fórum, Shiko. O cara abraçou o projeto e está fazendo um belo trabalho artístico, tornando a obra 100% original, sem aquele copia e cola típico das páginas de facebook.
Fico no aguardo do seu feedback.
Paz.
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Post by kadoshi on May 22, 2013 12:54:01 GMT -5
A sua estoria esta realmente muito legal.. ja ate coloquei o blog nos fav. e alem do mais está muito bem escrita... realmente no face é mais difícil de acompanhar mas no blog é bem fácil.. e com a ajuda do Shiko nas ilustrações.. tenho certeza de que com essa estória vcs vão fazer história.. rss. A ideia de um diário me deixou meio com o pé atrás quando comecei, mas dai percebi que foi uma ideia ótima e muito criativa, que deixa a leitura e a escrita em si mais simples e de fácil compreensão, para leitores mais jovens.. parabéns.. Logo dou feedback sobre o enredo em si..
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Post by fittsherck on May 22, 2013 16:10:47 GMT -5
Fala cara, valeu mesmo.
Passei vários meses rascunhando essa estória e quando percebi que já tinha elementos suficientes para colocar o projeto pra frente, comecei a escrever como um livro comum, ou melhor dizendo, convencional.
Mas não cheguei a demorar muito para me fazer a pergunta: "Qual o diferencial deste livro que estou escrevendo?"
Poderia simplesmente me responder que a estória estava muito boa e pronto. Mas as prateleiras das livrarias estão cheias de boas estórias, e aí?
Foi nessa que pensei em trazer uma experiência diferente aos leitores. Confesso que não foi fácil "sacrificar" a estória que criei em um estilo de narrativa experimental. Mas as publicações em forma de diário alinhadas à linha do tempo do Facebook foi uma ótima forma de começar. Mas na minha opinião, não é aí onde ela mais se destaca.
O leitor tem acesso a um enorme mundo "afunilado" pelo ponto de vista da protagonista. O leitor acompanha tudo através dela, gerando uma conexão entre os dois a qual será em alguns momentos conturbada. Garanto que você pegará alguns trechos e se questionará algo como: "Opa... também não é bem por aí. Eu penso diferente."
Será?
Valeu!!
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